por Bruno Leite / Manuela Meneses / Bahia Notícias
Conhecido popularmente como AVC ou Derrame, o Acidente Vascular Cerebral é tido como a segunda doença que mais mata no Brasil. Para alertar a população sobre os sinais e causas da doença, além de divulgar as formas de prevenção, foi instituído o Dia Mundial do AVC, a ser celebrado neste sábado (29). De acordo com o coordenador da Unidade de Acidente Vascular Cerebral do Hospital Geral Roberto Santos (UAVC-HGRS), o neurologista Pedro Pereira, a condição é provocada quando há uma alteração no fluxo de sangue que chega ao cérebro. Foto: Cláudia Cardozo / Bahia Notícias
“Acidente porque remete um pouco a algo como se fosse inesperado, apesar de que não é tão inesperado assim, algo que acontece de repente. Mas como todo acidente, inclusive, pode ser evitado”, sinalizou o profissional em entrevista concedida ao Bahia Notícias.
Durante a conversa, o coordenador explicou que existem duas classificações para o AVC, sendo o Isquêmico e o Hemorrágico. Segundo ele, este primeiro acontece quando se tem a obstrução de um vaso sanguíneo responsável por levar o sangue para o cérebro. Já o Hemorrágico é quando há o rompimento deste vaso, provocando, como o próprio nome sugere, uma hemorragia que “derrama sangue'' para dentro do órgão, podendo causar uma hipertensão intracraniana, que é o aumento da pressão dentro do crânio.
Ainda de acordo com o Dr. Pedro, existe uma série de fatores que podem levar uma pessoa a ter um AVC. Entre os principais que podem ser evitados estão a hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares (principalmente a doenças de chagas), tabagismo, colesterol alto, uso abusivo de bebidas alcoólicas, sedentarismo, sobrepeso e obesidade. Existem também outros fatores de risco que não podem ser evitados, como o envelhecimento, a predisposição genética e racial - pessoas afrodescendentes possuem uma maior tendência a desenvolver a doença. Apesar de ser mais comum em pessoas idosas, o médico destaca que o AVC também pode atingir os jovens.
Entre os sinais da doença está a fraqueza de um lado do corpo, alteração ou perda de visão, dificuldade para falar e para engolir, alterações na sensibilidade, sorriso torto, desequilíbrio e tontura, além de fortes dores de cabeças.
“É uma doença que tem muitas características que, se não forem tratadas rapidamente e adequadamente, podem provocar a morte do indivíduo”, alerta o neurologista. “As sequelas são muito variadas em termos de tipo e principalmente da gravidade. Hoje o que mais chama a atenção é realmente a dificuldade motora. A paralisia de uma das partes do corpo é uma das característica do AVC, e o indivíduo também pode ficar com dificuldade de locomoção por uma fraqueza de alguma parte do corpo. Uma outra sequela pode ser a dificuldade de falar ou de se comunicar, dificuldade de se expressar através da fala. Existem casos de sequelas mais graves em que o indivíduo pode ter perda da capacidade de controlar fezes e urina, ficar dependente da fralda, ficar literalmente acamado ou restrito a uma cadeira de roda”, acrescenta o coordenador.
O tratamento, na fase aguda, pode ser feito tanto em hospitais da rede privada, como do Sistema Único de Saúde (SUS), a exemplo do Hospital Roberto Santos. Dr. Pedro também salienta a importância de se atentar aos cuidados pós-AVC, podendo recorrer a ambulatórios ou clínicas de fisioterapia, ou de outras especialidades a depender de cada caso (veja mais).
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