Uma espécie de linha do tempo foi trilhada ontem (9), durante sessão especial em comemoração aos 30 anos da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz). O anfitrião foi o vice-presidente da Câmara de Itabuna, Sivaldo Reis (PL), cuja trajetória é de um menino que ingressou na instituição como office-boy, aos 12 anos; foi 20 vezes homenageado como melhor funcionário e só saiu para realizar o sonho de ser vereador.
Ele reencontrou o reitor Alessandro Fernandes, acompanhado do vice-reitor, Maurício Moreau; pró-reitores, assessores e diretores. Num discurso que emocionou a plateia, o professor Alessandro trouxe números substanciais.
São aproximadamente nove mil alunos (do Brasil e exterior), distribuídos em 33 cursos de graduação presenciais, cinco de EaD (Educação a Distância), além de especializações, mestrados e doutorados. “Hoje, a Uesc é uma das melhores alternativas do país; somos a segunda melhor da Bahia. Já formamos mais de 20 mil alunos”, sublinhou.
Há 366 servidores técnico-administrativos. Dos 768 docentes, quase 70% são doutores. A expectativa, adiantou o reitor, é chegar a 100% em dez anos. “Mas não adianta nada ter tantos doutores, se não conseguirmos interagir para mudar a realidade social e econômica da nossa região; não podemos nos orgulhar de termos 525 doutores se ainda tivermos analfabetos”, reconheceu.
Ele frisou, ainda, a importância da reserva de 50% das vagas para estudantes da rede pública e para indígenas, negros e/ou quilombolas. Como exemplos da inserção na comunidade, “a emoção de ver o formando dizer que é o primeiro da família a alcançar o nível superior”.
“Berço de progresso”
O professor Wenceslau dos Santos Júnior (ex-vereador e ex-vice-prefeito de Itabuna) era presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) quando foi assinado o decreto que tornou pública a FESPI (Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna). E registra “a alegria de ver quadros da universidade contribuindo com as gestões municipais”.
Semelhantes recordações foram expostas por outros ex-alunos, como a economista Márcia Roseli e a pedagoga Neide Oliveira. Ela recordou ter precisado de auxílio do saudoso Helenilson Chaves, para custear mensalidades na FESPI, e a greve de seis meses que os alunos fizeram por não poder pagar valores exorbitantes.
“Fico feliz em sermos um berço de progresso e desejando que os estudantes se estimulem; porque hoje existem muitas facilidades. Buscar o conhecimento é sempre bom para todos”, observou.
Demais vereadores ali presentes também partilharam o orgulho que é estudar na Uesc ou saber que alguém próximo pôde fazer um curso por lá. Israel Cardoso (Agir) e Wilma de Oliveira (PCdoB), por exemplo, falaram dos conhecimentos obtidos na pós-graduação em Gestão Pública.
Kaiá da Saúde (Avante) citou a abertura de portas para as filhas dele no mercado de trabalho ao informarem que foram graduadas pela instituição. Por falar em estudantes, o edil Solon Pinheiro (Solidariedade) compartilhou o desejo de ver, nos dias atuais, um movimento estudantil como aquele que lutou pela estadualização.
O prefeito Augusto Castro (PSD), acompanhado de secretários como a de Educação, Janaína Araújo, homenageou Déa Jacobina, mais uma integrante da luta pela estadualização. “A Uesc é um patrimônio; dá orgulho ver uma universidade forte em ensino, pesquisa e extensão, que só faz engrandecer a região e a Bahia”, declarou.
Como uma proposta para ampliar o acesso, o gestor anunciou: está em estudo o projeto para Itabuna oferecer um ProUni municipal – para aqueles que, eventualmente, não consigam vaga numa faculdade pública.
Já o secretário de Desenvolvimento Rural (deputado federal licenciado) Josias Gomes, enalteceu o quão bem colocada está a Uesc, inclusive em nível internacional. E recordou não ser tão distante o passado em que havia poucas universidades públicas no país – apenas uma na Bahia.
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