Carregamento da Sputnik - Foto: Mariano Gabriel Sanchez / Anadolu Agency / Getty Images
A vacina russa Sputnik V demonstrou, na fase 3 do estudo clínico, eficácia de 91,6% contra o novo coronavírus e a proteção contra os quadros moderado e grave chegou a 100%, de acordo com estudo publicado nesta terça-feira, 2, na revista científica The Lancet, uma das publicações mais prestigiadas do meio.
O imunizante, já usado na Argentina e desenvolvido pelo instituto Gamaleya, está sendo produzido aqui no Brasil na fábrica da União Química, no Distrito Federal e a empresa tenta a aprovação para uso da vacina no país.
“Um dos avanços mais importantes da terceira fase é que esse fármaco demonstrou a mesma eficácia em todas as faixas etárias”, disse o diretor do Instituto Gamaleya, Alexander Ginsburg, em coletiva de imprensa on-line para anunciar os resultados.
O diretor-geral do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF, sigla em inglês), Kirill Dmitriev, rebateu as críticas contra a Sputnik V e disse que ela é a melhor do mundo: “Apesar de tantas informações falsas e tentativas de criar dúvidas sobre a eficácia da vacina, o Instituto trabalhou e provou que a Sputnik V é a melhor do mundo”, disse em encontro virtual com jornalistas.
A pesquisa
Os cientistas ligados à The Lancet avaliaram os resultados da fase 3 do estudo clínico do imunizante aplicado em duas doses, com intervalo de 21 dias. Ao todo, 19.866 voluntários participaram do estudo.
Os voluntários foram divididos entre o grupo que recebeu as duas doses da vacina (14.964 pessoas) e o controle (14.964 participantes), com aplicação de placebo.
Mais de 2,1 mil idosos com mais de 60 anos participaram do estudo. Neste grupo, a eficácia chegou a 91,8%.
Mais de 98% dos voluntários desenvolveram resposta imune humoral e 100% resposta imune celular.
O nível de anticorpos neutralizantes de vírus de voluntários vacinados foi entre 1,3 e 1,5 vezes maior do que o nível de anticorpos de pacientes recuperaram da COVID-19.
Efeitos adversos leves
A maioria dos eventos adversos foram considerados leves.
Foram registrados sintomas semelhantes aos da gripe, dor no local da injeção e fraqueza ou baixa energia.
Não foram registrados eventos graves.
A Sputnik V já está registrada em 16 países: Rússia, Bielo-Rússia, Sérvia, Argentina, Bolívia, Argélia, Palestina, Venezuela, Paraguai, Turcomenistão, Hungria, Emirados Árabes Unidos, Irã, República da Guiné, Tunísia e Armênia.
A fábrica do laboratório União Química, no Distrito Federal, é a responsável por fabricar doses para a América Latina.
A empresa segue em conversa com a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para conseguir o uso emergencial do imunizante aqui no país. Com informações do Metrópoles
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