Le Chambon-sur-Lignon, na França - Foto: Getty Images
Gratidão. Eric Schwam se despediu da vida aos 90 anos, agradecendo ao vilarejo que salvou a família dele dos nazistas.
Ele deixou toda a herança para a pequena cidade de Le Chambon-sur-Lignon, na França, que abrigou a família dele em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, quando era refugiado.
O prefeito da cidade diz que Eric Schwam deixou uma “grande quantia” para a cidade em seu testamento, mas não confirmou os valores. Já o antecessor disse à mídia local que Schwam havia conversado sobre o assunto com as autoridades uns anos atrás e a herança que ele deixou seria estimada em quase 2 milhões de euros – aproximadamente R$ 13,3 milhões.
Eric foi um ex-refugiado austríaco e, a exemplo dele, o vilarejo do sudeste da França protegeu milhares de judeus durante o conflito e tem uma longa reputação de proteger pessoas que sofrem perseguição.
“Ele era um cavalheiro, era muito discreto e não queria muita publicidade sobre seu gesto”, disse à TV France 3 Denise Vallat, secretária de cultura e comunicação em Le Chambon-sur-Lignon.
As raízes
A secretária descobriu que a família de Schwam era originária de Viena, onde o pai dele era médico.
Durante a guerra, eles foram mantidos pelos nazistas no campo de Rivesaltes, uma instalação militar no sul da França usada para prender civis.
Em 1942, mais de 2.000 pessoas foram enviadas de Rivesaltes para o campo de concentração de Auschwitz, onde foram assassinadas.
Mas a família de Eric conseguiu fugir e em 1943 de Schwam chegou à Le Chambon-sur-Lignon com seus pais e uma avó.
Registros sugerem que os pais dele voltaram para a Áustria após a guerra, mas ele se mudou para Lyon em 1950 para estudar farmácia.
Lá ele conheceu sua esposa, se casou e viveu até morrer, em dezembro do ano passado.
O casal não teve filhos e a esposa morreu antes de Eric.
A fortuna
A fortuna deixada por Schwam será usada para financiar iniciativas educacionais à juventude, afirmou o prefeito de Le Chambon-sur-Lignon, Jean-Michel Eyraud.
Le Chambon-sur-Lignon tem uma população de quase 2.500 pessoas
Ao longo dos séculos, a vila aprendeu uma ampla gama de pessoas fugindo da perseguição religiosa ou política, desde padres levados a se esconder durante a Revolução Francesa até republicanos espanhóis durante a guerra civil dos anos 1930, e mais recentemente migrantes e refugiados do Oriente Médio e África. Com informações do The Guardian
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