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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

FIM DO AUXÍLIO EMERGENCIAL CAUSA DESESPERO NAS PESSOAS

 Pagamento do benefício começou em abril de 2020 e foi encerrado em dezembro, com saques finais na próxima semana para pequenos grupos/Agência O Globo 
"Só adulto aguenta porrada. É muito complicado para criança. Não sou só eu que estou sofrendo. Tenho três filhos. A gente recebe um pouco de feijão daqui, farinha dali, um frango pra comer na semana. Familiares vão ajudando. Mas, ontem, eu jantei queijo. O queijo que eu peguei fiado para vender e sobreviver", relata o vendedor ambulante Josielson Cardoso, de 33 anos.

Na semana passada, ele não conseguia parar de chorar na frente dos filhos quando lhe pediram dinheiro para comprar merenda. "É uma dor muito doída quando nossos filhos pedem e não temos o que dar. Antes a gente tinha o auxílio emergencial , mas agora acabou. E, sem as doações que a gente consegue, eles estariam passando fome."

Antes da pandemia, ele conseguia lucrar em torno de R$ 1.000 por fim de semana como vendedor ambulante de bebidas na porta de festas e boates. Mas a renda caiu a zero quando a Prefeitura de Amapá (a 300km de Macapá, capital do Estado de mesmo nome), onde mora com a família, proibiu eventos com aglomerações para evitar o espalhamento do coronavírus.

A doença infectou 1 em cada 9 habitantes da cidade de Amapá, segundo dados oficiais.

O auxílio de R$ 600 , única renda da casa de Josielson em grande parte de 2020, chegou a ajudar a comprar comida, mas não bastava. As dívidas cresceram. A mulher dele passou um mês doente com Covid-19. E ele precisou vender a moto e um freezer que usava para gelar as bebidas que comercializava.

E o que era ruim ficou pior. O governo federal decidiu não prorrogar o repasse de dinheiro para quase 68 milhões de pessoas a fim de aliviar o impacto da pandemia. Então, muitas pessoas agora enfrentam fome, desemprego e inflação.

No ano passado, Amapá liderou o ranking de cidades brasileiras que mais receberam o auxílio. Das 10 cidades com mais beneficiários, 8 estão na região Norte do país e 2, no Nordeste.

Ao todo, 82% da população amaparina recebeu auxílio no ano passado. Para a prefeitura, o número surpreende e sugere três coisas: fraudes, erro de cadastro ou um contingente de necessitados fora do radar.

Amapá tem um território cinco vezes maior que a cidade de São Paulo e uma população que não chega a um milésimo da paulistana. A geração de emprego se resume ao serviço público, à pesca, à agricultura familiar e ao comércio, na maioria informal.

A dependência local de programas sociais não é novidade por lá. Segundo a secretária de Assistência Social, Liliane Dias, 40% da população já dependia de benefícios sociais antes mesmo da pandemia.

Mas Josielson faz parte de um grupo social hoje dentro de um limbo assistencial, porque não recebia benefícios antes da pandemia e acabou dependendo completamente do auxílio emergencial porque sua atividade profissional ficou inviável.  Veja mais AQUI  IG

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