VIDA, o primeiro ventilador pulmonar projetado pela Nasa a ser homologado no mundo, está pronto para ser replicado em escala industrial. O aparelho, lançado nesta segunda-feira (24), será produzido pela indústria de equipamentos médicos Russer, depois de passar por adaptações no Senai Cimatec, instituição vinculada à Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), durante cerca de dois meses e meio.
![](https://blogdovalente.com.br/wp-content/uploads/2020/08/Nasa-3.jpg)
O secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro, ressalta a competência técnica do Senai Cimatec para o desenvolvimento do equipamento. “Não foi por acaso que, dentre diversas instituições no Brasil, o Senai Cimatec foi escolhido para dar sequência a este projeto. Inclusive, esta é uma ação que vai ao encontro de iniciativas que estamos realizando a partir da parceria entre o Senai Cimatec e o Governo da Bahia, a exemplo da recuperação de ventiladores pulmonares e bombas de infusão, da fabricação de bolhas de contenção, protetores faciais e túneis de desinfecção, além do envasamento de álcool a partir de uma unidade de produção montada em 48 horas no Cimatec Park”.
“É um projeto robusto, com as características e funções necessárias para tratamento de 95% dos casos críticos de Covid-19, em que a intubação seja necessária”, explica o diretor de Tecnologia e Inovação do Senai Cimatec, Leone Peter Andrade. Ele acrescenta que esta é uma das ações da instituição no apoio ao enfrentamento da pandemia.
De acordo com Valter Beal e Luiz Amaral, líderes técnicos do projeto no Senai Cimatec, o trabalho de adaptação e incrementos realizado na instituição baiana envolveu dez profissionais da casa. A expertise tecnológica da equipe permitiu que uma função única se tornasse o diferencial do equipamento: é o único do segmento a suspender o funcionamento durante um procedimento de reanimação de paciente, sem perder os parâmetros ajustados anteriormente. “Foi uma busca incessante para simplificar o produto e achar peças, sem alterar as características originais”, conta Beal.
A homologação da Anvisa foi obtida na última segunda-feira (17) e a Russer, que tem mais de 35 anos de experiência na indústria de equipamentos médicos, deve produzir um primeiro lote de 300 aparelhos, cada um custando R$ 59 mil. A empresa é responsável por toda a cadeia de suprimentos, fabricação, montagem e comercialização final dos respiradores.
Nasa – O equipamento, projetado por uma equipe de engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência aeroespacial norte-americana, foi chamado de VITAL, da sigla em inglês de Ventilator Intervention Technology Accessible Locally. A Nasa realizou chamada pública para licenciar a tecnologia e atraiu 331 empresas do planeta e 30 do Brasil. Do total, 28 foram selecionadas – nove delas dos EUA e duas no Brasil (CIMATEC e RUSSER) – para desenvolver e fabricar o produto.
A agência norte-americana liberou a patente do equipamento durante a pandemia, dispensando os royalties. No Brasil, o projeto está sendo aprimorado por meio de recursos da Russer, do Senai e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Um dos objetivos do Senai Cimatec será arrecadar recursos de instituições e empresas para produzir e doar cerca de 50 ventiladores para os estados e os municípios brasileiros.
O Senai pôs toda a sua estrutura a serviço do combate aos efeitos do novo coronavírus. Por meio da agora Plataforma Inovação para a Indústria, formou parcerias de empresas para ampliar a oferta de ventiladores pulmonares produzidos no Brasil. Além disso, coordena uma rede voluntária de 28 instituições e empresas que já consertou mais de 2 mil respiradores que estavam parados por falta de manutenção. Desde que a rede de 27 Institutos Senai de Inovação foi criada, mais de R$ 1 bilhão foi aplicado em 1.086 projetos concluídos ou em execução. Atualmente, 15 centros são unidades Embrapii, e têm verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário