Eu fui campeão no Vitória e fui mandado embora, subi com o Bahia e não renovaram comigo.
Galáticos Online *Foto: Reprodução
Com o intuito de levar informação de qualidade e entretenimento nesse período de pandemia, a equipe dos Galáticos trouxe mais uma entrevista exclusiva, dessa vez com o ex-treinador de Bahia e Vitória, Arturzinho. Num bate-papo em que o ex-treinador esteve bem à vontade, ele falou sobre suas passagens pelos eternos rivais baianos, sua relação com os clubes e também o que faz atualmente.
Perguntado por onde andava ultimamente, Arthurzinho revela que é dono de um clube e que está se dedicando totalmente a ele.
"Eu parei esses últimos anos e voltei agora para o clube que eu tenho aqui no Rio de Janeiro. Meu time é da Série C do Carioca, eu sou presidente e técnico. A ideia que eu tenho para o clube é formar jogadores, criar artistas da bola. Estou cansado de ver o futebol brasileiro em decadência tecnicamente. O nome do meu time é Centro Esportivo Social Arturzinho (CESA)", disse empolgado.
Ele relembra da difícil infância e demonstra gratidão em pela sua caminhada no esporte, e fala que através do futebol pôde mudar a vida de sua família.
"Através de um dom que Deus me deu, fui puxado para outro mundo. Fui criado numa comunidade e não era fácil. Como joguei futebol desde os 12 anos, passei muito tempo fora da favela na minha adolescência e agradeço a todos que fizeram parte da minhas formação. Agradeço a Deus que me deu o dom para poder mudar minha vida e ajudar minha família. Nem todos têm essa chance que eu tive", comentou.
"Eu sou grato. Todos os objetivos que tive em minha vida, eu alcancei. O maior vestibular desse país é o futebol e eu tive a felicidade de ser profissional da bola. Eu sonhava também em ser técnico de futebol e aos 40 anos quando ainda jogava no Volta Redonda, o presidente Paulo Carneiro me chamou para trabalhar no Vitória. Me realizei ao criar o meu time aqui no Rio de Janeiro e darei o meu melhor por ele".
Arthurzinho demonstra humildade e ressalta que é necessário separar o lado profissional do pessoal.
"Eu costumo dizer que fui melhor como homem do que como jogador. Eu só era o Arthurzinho dentro de campo, no meu trabalho. Fora de campo, do trabalho, eu era e sou Arthur".
Amante do futebol arte, o ex-jogador é firme ao falar que o futebol brasileiro perdeu sua essência e que precisa voltar às origens.
"Nós nunca fomos tão táticos e físicos como somos agora, temos que voltar à nossa essência. Futebol é uma arte, não é pra jogador brucutu".
Ao falar de sua carreira, ele lembra que nunca teve um empresário e que já foi demitido mesmo tendo sido campeão, e faz questão de mostrar que seus times sempre foram ofensivos.
"O futebol é complicado. Eu entrei no futebol sem empresário, virei técnico sem empresário. Todas as vezes que fui contratado pelas equipes, os dirigentes me ligaram. Nunca fui atrás de ninguém pedindo para me contratarem. Tem que ser por mérito. Sobre Bahia e Vitória, eu tenho números muito bons nos dois clubes. Sempre que estive na Bahia, meus times sempre eramos de melhores ataques. Eu fui campeão no Vitória e fui mandado embora, subi com o Bahia e não renovaram comigo. Mas eu tenho um carinho enorme pelo Bahia e pelo Vitória".
Com todo carinho demonstrado pelas torcidas do Tricolor de Aço e do Leão, ele se orgulha ao dizer que tem o carinho de ambas.
"Eu sinto uma coisa que me deixa orgulhoso e satisfeito porque as torcidas de Bahia e Vitória me respeitam e gostam de mim. Sempre trabalhei com amor e vontade pelas duas camisas".
Perguntado sobre não ter tido muitas chances na seleção brasileira, ele foi direto.
"Quando não tem que acontecer, não acontece. Fui convocado para a seleção brasileira em 1984, joguei contra o Uruguai e fiz o gol da vitória. Então, tem coisas que só Deus pode explicar, e eu sou agradecido a Ele por tudo que aconteceu na minha vida, não tenho o que lamentar", completou.
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