Foto: Reprodução/Flickr
O ipê-roxo, árvore comum na mata atlântica brasileira, está no centro de pesquisas que investigam um novo tratamento para o câncer de próstata.
O projeto, feito em parceria entre pesquisadores da UFC (Universidade Federal do Ceará) e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), criou uma substância análoga à beta-lapachona, encontrada nas árvores com menor toxicidade.
A pesquisa foi finalista na categoria inovação tecnológica em oncologia da edição 2019 do prêmio Octavio Frias de Oliveira, uma iniciativa do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), em parceria com o Grupo Folha. A patente foi registrada nos EUA com ajuda da Universidade do Texas.
Segundo uma das autoras da pesquisa, Cláudia do Ó Pessoa, da UFC, os medicamentos hoje no mercado enfrentam dois problemas: a resistência que as células tumorais desenvolvem ao longo do tratamento e os efeitos colaterais, que muitas vezes impedem a pessoa de continuar recebendo a terapia.
As pesquisas com plantas da biodiversidade brasileira visam encontrar soluções para esses dois problemas. A toxicidade da beta-lapachona e, consequentemente, os efeitos colaterais que ela pode causar foram dribladas com a associação do selênio, que ajudou a poupar as células normais e atingir apenas as células tumorais.
Os testes foram feitos in vitro e ainda precisam ser validados em animais. Na UFMG, a pesquisa foi liderada por Eufrânio Nunes Silva Júnior. Também participam Eduardo Henrique Guimarães Cruz, da Universidade Federal de Santa Catarina, e David A. Boothman e Molly Silvers, da Universidade do Texas.
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