Anastasia Moloney**Em Cúcuta (Colômbia)**Juan Pablo Bayona / Folhapress
4.jun.2018 - Centenas de venezuelanos passam diariamente pela Ponte Internacional Simón Bolívar, que liga a Colômbia à Venezuela, em busca de melhores oportunidades
Cânticos religiosos na missa da noite saem de uma igreja aberta em uma praça movimentada na cidade de Cúcuta, na fronteira da Colômbia com a Venezuela, enquanto aproximadamente 20 prostitutas venezuelanas esperam clientes.
Sentadas nos degraus de uma estátua e cercadas por motéis imundos, lanchonetes e bares, Andrea e Carolina dizem que deixaram a Venezuela para escapar da fome.
Elas agora vendem seus corpos para sustentar suas famílias.
"Se eu não fizer isso, eu e meus filhos não comemos. É simples assim", disse Andrea, 26, que chegou na Colômbia há quatro meses, deixando suas três crianças e sua mãe.
"O dinheiro que eu mando de volta é o que eles usam para sobreviver."
Seu país natal sofre os efeitos de uma crise econômica com severo desabastecimento de alimentos e remédios, situação descrita pela Organização dos Estados Americanos (OEA) como "crise humanitária".
Aproximadamente 672 mil venezuelanos cruzaram a fronteira para a vizinha Colômbia, tanto legalmente quanto ilegalmente, desde 2015, de acordo com as autoridades colombianas.
O êxodo a partir do país exportador de petróleo representa o maior fluxo migratório de pessoas na história recente da América do Sul, e mostra poucos sinais de diminuição. Para algumas mulheres, a prostituição é a última e mais desesperada opção.
Na praça Mercedes em Cúcuta, jovens venezuelanas vestindo calças apertadas e blusas decotadas --algumas não parecem nem ter 18 anos-- se espalham pelos bancos enquanto a polícia patrulha a região.
Para Carolina, de 30 anos, um bom dia de trabalho significa conseguir três clientes, o que representa cerca de 30 dólares. Um terço disso é gasto em um quarto de motel para levar os clientes, e também em preservativos, alimentos e aluguel em um quarto dividido com quatro outras mulheres. LEIA TUDO AQUI
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