William Waack, O Estado de S. Paulo
Ouvi a vida inteira uma frase sobre a política no Brasil, especialmente em época de Copa do Mundo: “Se as pessoas se interessassem menos por futebol, as coisas seriam diferentes”. Pois bem, pela primeira vez desde que existem pesquisas de opinião a maioria da população no Brasil diz que nem sequer se interessa pelo maior evento esportivo do planeta. Parece razoável supor que as coisas tenham mudado na política brasileira. Em qual direção?
Sou da geração que entrou na universidade em 1971 e que viveu uma situação quase esquizofrênica: como torcer para um time tão maravilhoso como o de 1970 se a paixão pelo futebol era vista por nós, estudantes engajados em política, como um alicerce do regime militar? Tínhamos a ideia, por sinal tão arraigada sobretudo nos países comunistas, que a paixão pelo esporte cria identificação com o regime político (a ponto de lhe conferir legitimidade). Portanto, vitórias ou derrotas influenciariam diretamente disputas políticas. Como eleições, por exemplo. Leia Mais »
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