Foto: Lula Marques/ Agência PT
O policial militar Abel de Queiroz afirmou em depoimento à Polícia Federal ter ido pelo menos duas vezes ao escritório do amigo do presidente Michel Temer, José Yunes, para fazer entregas de dinheiro, entre 2013 e 2015. O depoimento, ainda sigiloso, foi dado no âmbito do inquérito da Operação Lava Jato que investiga o pagamento de R$ 10 milhões a campanhas do MDB, supostamente acertado com Temer no Palácio do Jaburu, em 2014, pela empresa Transnacional. Na época das entregas relatadas à PF, o PM trabalhava como motorista da firma de transporte de valores, contratada por empresas alvo da Lava Jato. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Abel esteve no escritório de Yunes com os investigadores e disse que, "com certeza, já esteve lá em pelo menos duas oportunidades". Ele contou, então, que dirigiu o veículo blindado da Transnacional e que, em cada uma das ocasiões, dois agentes identificados como Oliveira e Alves levaram dinheiro para dentro do escritório. O depoimento do PM reforça a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Yunes e outros aliados de Temer, que coloca o advogado como arrecadador de propina para o presidente. Por causa dessa acusação, Yunes e outro amigo de Temer, o coronel João Baptista Lima Filho, viraram réus em uma ação penal na Justiça Federal por organização criminosa.
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