As pesquisas também mostram que seis entre dez dos empreendedores que estão criando ou já abriram uma empresa identificaram a oportunidade, mas estão despreparados para empreender.
De cada dez brasileiros adultos, quatro possuem ou estão envolvidos com a criação de uma empresa. É o que revelam as últimas pesquisas “Global Entrepreneurship Monitor (GEM)”, um consórcio internacional que no Brasil possui parceria com o Sebrae.
As pesquisas também mostram que seis entre dez dos empreendedores que estão criando ou já abriram uma empresa identificaram a oportunidade, mas estão despreparados para empreender.
Em pesquisa mais específica a GEM mostrou que o Brasil ocupa a 56ª posição em uma lista de 65 países quando se trata de educação empreendedora. Isso significa que a maioria das crianças e jovens brasileiros não aprendem sobre empreendedorismo nas escolas.
Com a intenção de começar a mudar esta realidade, está sendo implantado em São Paulo o Plano Estadual de Educação Empreendedora, uma iniciativa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo da Assembleia Legislativa, com especialistas em empreendedorismo ligados a importantes instituições de ensino.
O plano foi criado pela Lei 15.693/2015, de autoria do deputado Itamar Borges, presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
A partir desta Lei estadual, estão sendo desenvolvidas atividades para formação de professores, criação de novas metodologias, feiras de inovação e empreendedorismo para os 3,7 milhões de alunos, 300 mil professores em aproximadamente 5 mil escolas da rede estadual.
“O empreendedorismo passou a ocupar uma posição de destaque no campo econômico e social no Brasil. Por isso é essencial que nossas crianças e jovens tenham contato com a educação empreendedora, para que possam ter o protagonismo de sua inserção social e de sua própria história”, afirmou o deputado Itamar Borges.
Experiências municipais
Além das escolas da Rede Estadual e das Escolas do Centro Paula Souza vários municípios já desenvolvem programas de educação empreendedora em suas escolas.
Durante seus mandatos como prefeito de Santa Fé do Sul, Itamar Borges, implantou o programa do Sebrae sobre educação empreendedora, que também estava sendo realizado em São José dos Campos, e os municípios colheram excelentes resultados.
Quatro escolas de Santa Fé ficaram entre os primeiros lugares no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), o indicador criado pelo governo federal para medir a qualidade do ensino nas escolas públicas.
Uma das metodologias, recentemente validadas pela Secretaria da Educação, é o curso “Pioneirismo e Educação Empreendedora” da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), coordenado pelos professores Jacques Marcovitch e Alexandre Macchione Saes.
Na introdução do livro que descreve os projetos e iniciativas realizados por uma turma do curso está escrito, “Os personagens deste livro não desanimaram do Brasil. Possuem o que às vezes tanto falta na grande economia, sempre regida pela dependência de governos, mercados, fatores externos e outras precondições.
O empreendedorismo, embora não exclua o dever elementar de fazer as contas certas, ainda reflete um componente de sonho, não como fuga da realidade, mas no sentido largo de buscar uma vida significativa e bem realizada para cada um.”
As mudanças no ambiente propício ao empreendedorismo geralmente demoram acontecer, mas sinais positivos podem ser vistos no fato de que 25 países entre as principais economias analisadas na pesquisa GEM em 2016/2017 melhoraram suas avaliações, especialmente nas políticas públicas em educação sobre o empreendedorismo. Nesse sentido o estado de São Paulo está dando um passo pioneiro e essencial para a inserção do empreendedorismo no ensino formal.
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