Apesar de legalmente permitido, o consumo de álcool e tabaco é mais prejudicial à saúde do que drogas ilícitas, como maconha, cocaína, heroína e outros opioides. Publicada na revista científica Addiction, uma revisão geral de estudos compilou as melhores e mais recentes informações disponíveis atualmente sobre uso de drogas, lícitas ou ilícitas, e suas consequências. Os dados mostraram, segundo o jornal O Globo, que a maior prevalência de uso e abuso em todo o mundo é de álcool: são 6,42 litros anuais de álcool puro per capta para a população mundial com mais de 15 anos. Mais da metade das pessoas dessa faixa etária (55,3%) já beberam pelo menos uma vez na vida, e 63,5 milhões são dependentes da substância. Com relação ao tabaco, há uma prevalência de 15,2% no seu uso diário, com uma diferença considerável entre homens (25%) e mulheres (5,4%). O tabagismo provocou o maior número de mortes no mundo em 2015. "O grande problema com o álcool e o tabaco é a alta prevalência de seu uso, muito maior que das drogas ilícitas", explicou Robert West, professor do University College London e um dos autores da revisão. "E sim, algumas drogas ilícitas, como heroína e outros opioides, têm maior risco e fardo à saúde por usuário, mas, se olharmos para outras, como a maconha, ela é muito menos danosa que o tabaco ou o álcool. A questão então não é se a droga é legal ou ilegal, mas o quão danosa ela é e o quanto ela é usada, fatores esses que fazem do álcool e do tabaco tamanhos fardos à saúde global", acrescentou.
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