Foto: Divulgação
Os protocolos de diagnóstico da febre amarela podem ser alterados a partir de uma descoberta do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. Os pesquisadores descobriram a presença do vírus na urina e sêmen de um paciente que sobreviveu à doença, um mês após a infecção. Os dados revelam que os atuais exames de sangue podem ser substituídos por um exame menos evasivo. A descoberta também indica que o contágio pode acontecer a partir de relações sexuais, como o do zika vírus. A pesquisa, entretanto, indica que a possibilidade dessa contaminação é baixa. O estudo foi publicado na revista “Emerging Infectious Diseases”, sobre a possibilidade de transmissão por relações sexuais. O diagnóstico através de exame de urina pode ajudar no controle da doença. A descoberta de que o vírus persiste no organismo do paciente por um longo tempo não traz danos para a pessoa infectada. O período de transmissibilidade tem início entre 24 e 48 horas antes do aparecimento dos sintomas e se encerra entre 3 e 5 dias após a manifestação da doença. Os sintomas incluem febre alta, calafrios, dores de cabeça e no corpo, náusea e vômito, e desaparecem em poucos dias. Mas uma pequena parcela dos casos evolui para a chamada fase tóxica, mais grave, que mata metade dos pacientes num período de sete a dez dias. O paciente estudado pelos pesquisadores é um morador de São Paulo de 65 anos, que viajou para Januária, em Minas Gerais, no dia 28 de dezembro de 2016, e para uma área rural em São Paulo em 3 de janeiro de 2017. Três dias depois, ele apresentou febre, calafrios, dores no corpo e náusea. Nos três dias seguintes, os sintomas se agravaram, com dores de cabeça, vômitos, prostração e urina escura. No dia 9, foi admitido num hospital em Januária, onde o diagnóstico de dengue foi descartado. No retorno à São Paulo, ele foi encaminhado para um hospital de referência para doenças infecciosas. Como já havia passado um longo período desde o surgimento dos sintomas, os exames de sangue e plasma deram negativos, mas a análise da urina detectou a presença do RNA do vírus. No dia 27 de janeiro foram coletadas amostras de sangue, urina e sêmen, sendo que nos dois últimos os resultados foram positivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário