Após ter a casa destruída pelas fortes chuvas que atingiram o município de Cipó, Semiárido Nordestino II, no último dia 4 de janeiro, Marineide Ramos dos Santos, 42 anos, vive onde antes moravam as galinhas. "Estou vestida por obra das roupas doadas que recebi, mas estou há seis meses vivendo em um galinheiro", desabafa. Em entrevista ao Bahia Notícias, Marineide contou que recebeu 1.500 tijolos e oito sacos de cimento da prefeitura, e que com outras doações feitas por populares até chegou a levantar parte de uma casa nova. Contudo, os materiais não foram suficientes e desde então ela vive no galinheiro com o filho de 15 anos. "Lá tem muito rato, e eles já estão roendo as roupas que eu ganhei", conta.
Ela afirma que outras doze famílias estariam em situação semelhante na localidade em que vive, e que o grupo foi orientado a buscar a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Fome para que fossem repassados valores para o aluguel de moradias temporárias. Contudo, Marineide afirma que algumas dessas famílias que buscaram outro imóvel não têm recebido o valor prometido. "Ficam me mandando alugar casa, mas eu não tenho dinheiro para manter o aluguel”, diz. Em entrevista ao Bahia Notícias, a secretária de Desenvolvimento Social do município, Maria Rosimary Macêdo, afirmou que as informações sobre o repasse de valores para o aluguel “não condiz como os fatos” e que o município tem cobrado dos governos estadual e federal o repasse de verbas para o auxílio aos prejudicados pela chuva.
Ainda de acordo com a secretária, somente três famílias que solicitaram o aluguel social acabaram privadas do benefício por não apresentarem os documentos exigidos pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). “Eles estão tendo todo o apoio que um município de pequeno porte como o nosso pode dar. De imediato, foi feito um acompanhamento com assistentes sociais e psicólogos, além da doação de cestas básicas, colchões e roupas”, afirmou. Questionada sobre a construção de novas casas para as famílias atingidas, Maria Rosimary explicou que a ação depende da autorização de verbas federais. "Eles estão exigindo a construção de casas, e isso o município não pode fazer", concluiu.
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