O empresário Geraldo Magela Fernandes da Rocha, de 65 anos, declarou à Polícia Federal, em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal, que aceitou atuar como laranja do ministro do Planejamento, Romero Jucá, na abertura e funcionamento de uma emissora de televisão em Boa Vista, no estado de Roraima.
No depoimento, Magela afirmou que em 1999 foi "convidado" por Jucá para assinar, no Senado, um documento de criação da empresa Uyrapuru Comunicações e Publicidade, que seria criada para fazer a gestão da TV Caburaí.
Ainda segundo Magela, além da Uyrapuru, as empresas Rede Caburaí de Comunicações e Societat Participações "sempre pertenceram de fato ao senador Romero Jucá, o qual sempre deteve de fato a autoridade pelos atos de gestão das referidas empresas".
Também ouvido em depoimento na PF, o radialista Ronaldo Naves, de 56 anos, afirmou ter trabalhado como gerente operacional da TV entre 2000 e 2001 e que "se reportava a Magela e Jucá" em suas atividades na empresa.
Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, "a possível prática, dentre outros, do crime contra a ordem tributária decorrente da doação da declaração de bens para a empresa Societat Participações, pois nada consta da declaração de bens do parlamentar; crime de apropriação indébita previdenciária, diante da ausência de repasse, à previdência social, das contribuições recolhidas".
O inquérito que investiga Jucá foi aberto em 2010, depois que Magela entregou e-mail à PF narrando sua versão e concedeu entrevista ao site "Congresso em Foco".
Em nota enviada ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou via assessoria que "nunca foi dirigente da empresa referida no processo". Fonte: Notícias ao Minuto
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