A escolha de ministros suspeitos de corrupção pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), foi criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que falou ainda sobre a possibilidade de ir à Justiça tentar afastá-los, caso algum deles vire réu. Em nota divulgada neste sábado (14), o órgão afirmou que "cobrará que, diferentemente do anunciado, o novo ministério não seja composto por pessoas sobre as quais pesem dúvidas". "A equipe de ministros precisa estar acima de qualquer suspeita. Os investigados devem poder se defender sem, para isso, comprometer a credibilidade dos ministérios", disse o presidente da OAB, Cláudio Lamachia.
"Quem é investigado pela Operação Lava Jato não pode ser ministro de Estado, sob o risco de ameaçar a chance que o Brasil tem de trilhar melhores rumos. No futuro, se necessário, a ordem avaliará o uso dos instrumentos jurídicos cabíveis para requerer o afastamento das funções públicas dos ministros que se tornarem réus. Foi com base nesse entendimento que a OAB pediu o afastamento do deputado Eduardo Cunha e do então senador Delcídio do Amaral", ressaltou.
Segundo relato do blog do Fausto Macedo, no jornal Folha de S. Paulo, o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), responde a um inquérito no âmbito da Lava Jato e o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), é alvo de duas solicitações de inquérito, ainda sem aval da Justiça. No entanto, os dois negam irregularidades. Outros três ministros foram citados em conversas de delatores, mas não estão sendo investigados. Nas planilhas apreendidas na empreiteira Odebrecht, oito nomes aparecem listados em supostos financiamentos e campanha. Ao todo, o ministério de Temer conta com 23 titulares.
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