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sábado, 21 de novembro de 2015

Você pagaria R$ 500 mil para ter mais um ano de vida?

Quanto vale um ano ou alguns meses a mais de uma vida? Essa resposta pessoal jamais será respondida aqui, é claro, mas é uma questão que vem à cabeça quando sabido que a empresa farmacêutica Roche desenvolveu um medicamento que custará nada menos que 90.000 libras esterlinas, cerca de R$ 500.000.

O Kadcyla é uma substância desenvolvida na Inglaterra para mulheres portadoras de câncer de mama. Recomendada para pacientes em estado grave – quando a doença se espalha para outras partes do corpo que não podem ser removidas – essa potente droga promete prolongar a vida por alguns meses ou até um ano.Kadcyla foi criado para portadoras de câncer de mama.

Entretanto, seu preço exorbitante foi classificado pelo Instituto Britânico de Saúde (NICE, em inglês) como "extremamente decepcionante". Apesar da Roche ter assinado um acordo com o órgão para dar um "desconto significante" no preço do remédio para que não fosse removido do Fundo de Drogas para Câncer (CDF) na Inglaterra, o valor voltava a ser maior se a substância fosse usada amplamente na rede de saúde pública."Nós reconhecemos que a Kadycla trata alguns pacientes com câncer de mama avançado, e temos tentado ser flexíveis em nossas recomendações", diz Andrew Dillon, diretor-executivo do NICE. "No entanto, o preço que a fabricante está pedindo para que o sistema nacional de saúde pague no longo prazo é muito alto."

A fabricante suíça, por sua vez, se manifestou em relação à polêmica. "Precisamos de uma abordagem unificada", disse a Roche em tom mais subjetivo. "Precisamos trabalhar juntos para criar um sistema pragmático, flexível e sustentável para acesso de remédios que tenham valor clínico. Somente aí conseguiremos assegurar o melhor para as pessoas com câncer no Reino Unido."

Porém, a resposta da empresa não convenceu as instituições médicas britânicas, que cobram mais atitude do governo do país. "É hora do primeiro-ministro [David Cameron] mostrar a sua verdadeira liderança em relação a essa questão", frisou o médica Caitlin Barrand, integrante da organização Breast Câncer Now.

"Portadores de cânceres incuráveis não têm tempo a perder. E um sistema mais justo e flexível, que permita acesso aos melhores tratamentos rotineiros, está muito longe de nós no Reino Unido ainda", concluiu ela. Se para os britânicos está assim, imagine para os portadores de câncer que vivem aqui no Brasil...

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