Embora tenha nascido no ano do início a II Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945, quando o então ditador Getúlio Vargas foi deposto, foi em 1954 que vivenciei uma grande crise política que culminou com o suicídio do agora presidente eleito em 1950 com expressiva votação. Pela primeira vez conheci a expressão "mar de lama", atribuída ao jornalista Carlos Lacerda por causa de um Inquérito Policial Militar (IPM) aberto na Base Aérea do Galeão por causa da morte do major Vaz num atentado coordenado pelo chefe da segurança do Palácio do Catete, sede do Governo Federal até a inauguração de Brasília. O IPM estava caminhando para o impeachment de Vargas, que ao sentir que isso aconteceria deu um tiro no peito, confirmando a declaração de que somente morto sairia do Catete. Os desdobamentos seguintes e as várias crises políticas tiveram seu auge no movimento militar de 1964, história até hoje discutida;
Atualmente, o Brasil está vivenciando vários "mares de lama". Os mais revoltosos foram sem dúvida o "Mensalão do PT', a Operação Lava-Jato e o comportamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que debochou da imprensa afirmando"Todos os dias, faz quatro meses, esses mesmos articulistas falam que vou cair e estou aqui", ao se referir ao processo de pedido de cassação de seu mandato por quebra do decoro parlamentar. A sequência continua, com a prisão de um amigo pessoal do ex-presidente Lula, deixando o PT e o Palácio do Planalto em polvorosa;
E mais, tem a prisão hoje do senador Delcídio Amaral, líder do Governo. Mas agora, um outro "mar de lama" está em plena 'maré alta'. Trata-se do verdadeiro mar de lama, provocado pelo rompimento de barragens que arrasaram várias cidades, soterrando pessoas e poluindo o Rio Doce, ceifando milhares de vidas e deixando muita gente sem saúde, educação e sem condições de sobrevivência em cidades de Minas Geria e do Espírito Santo, chegando a alcançar o mar, que também sofrerá sérias consequências. E tudo isso é de responsabilidade governamental. por Airton Leitão
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