por Lígia Formenti | Estadão Conteúdo*Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
A Fiocruz de Pernambuco comprovou em pacientes brasileiros a relação entre zika vírus e a Síndrome Guillain-Barré (SGB), uma doença autoimune rara que também apresentou aumento atípico nos últimos meses nos Estados do Nordeste. O achado aumenta o sinal de alerta em torno da infecção pelo zika, principal suspeita da epidemia de microcefalia identificada no país. O vírus, que chegou no Brasil este ano, está presente em 18 estados. "A ligação da síndrome com o vírus é inequívoca", avaliou o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e responsável pela identificação da chegada do zika vírus no Brasil, Kleber Luz. Questionado, o Ministério da Saúde disse que o assunto está sob investigação. Os resultados foram obtidos em trabalho feito pela pesquisadora Lúcia Brito, chefe do serviço de neurologia do Hospital da Restauração, de Pernambuco. Foi identificada a presença do zika no líquido espinhal e no sangue de sete pacientes que apresentaram a SGB. "A infecção pelo zika, por si só, pode ser branda. Mas ela tem potencial de provocar sérios problemas, tanto para fetos quanto para adultos", avaliou o pesquisador da Fiocruz e coordenador da análise que comprovou a presença do zika nos pacientes com SGB de Pernambuco, Carlos Brito. O número de casos de SGB cresceu de forma expressiva no Nordeste do país entre abril e junho, pouco depois que os estados apresentaram a epidemia de zika. Especialistas discutem agora com governo estratégias para tentar acompanhar o impacto da zika e as relações com SGB. Entre as propostas está criar um grupo para identificar, o mais rapidamente possível, primeiros sinais da SGB e encaminhar pacientes para tratamento. A ideia é também organizar um comitê de estudo para avaliar qual a evolução da SGB. BN
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