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SÃO PAULO – Uma pesquisa da CNC (Confederação Nacional
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) revela que em junho o
percentual de famílias endividadas registrou queda pela primeira vez em
quatro meses.
Ainda assim, o número de brasileiros endividados é
muito alta, sendo que o percentual alcançou 62% – recuo em relação aos
62,4% registrados no mês de maio e ante os 62,5% verificados no mesmo
período do ano passado.
Boa parte das pessoas que dizem ter
problema com dinheiro, na verdade, tem problema com comportamento e
precisam, apenas, aprender a lidar com as finanças. Essa é, pelo menos, a
opinião do sócio diretor da Soma Invest, Janser Rojo.
De
acordo com o especialista, um exemplo disso é a confusão entre o que é
investimento e que é poupar. “Por incrível que pareça, essa distinção
não está no risco, no dinheiro, no produto financeiro e muito menos no
período em que esse dinheiro fica aplicado. A questão está no objetivo
final de cada um e no desconhecimento de grande parte das pessoas sobre
as possibilidades à disposição no mercado financeiro”.
As pessoas
tendem a minimizar ou confundir a diferença entre as duas opções. No
entanto, trata-se de um detalhe que se desdobra em fracasso financeiro,
pois os objetivos não são alcançados.
“Poupar é guardar dinheiro
para usar no futuro, comprar alguma coisa com ele. Investimento é juntar
dinheiro, não mexer nele, para que este gere rendimentos e aí sim, usar
os lucros mais para frente. É o recomendado para quem quer viver de
renda no futuro, por exemplo”, explica. “É preciso ter as metas claras e
buscar os produtos financeiros adequados para poupar e investir, não se
pode inverter, se não, é impossível chegar ao objetivo. Aí a pessoa
acha que tem problema com dinheiro, o que não é verdade. Ela só precisa
de orientação”, afirma.
Tempo e quantia
Vale
lembrar que a quantia e o tempo não definem os caminhos a serem tomados
e não determinam se a pessoa vai ter um bom retorno financeiro. No caso
da quantia, existem pessoas que poupam muito dinheiro e outras que
investem pouco.
O tempo é ainda menos comparativo, pois é comum
vermos alguém que durante um longo período armazena dinheiro na poupança
e em certo momento, gasta tudo de uma só vez. Então, não é um
investimento. Já o risco, existe nos dois casos, mas é preciso
conhecimento para não perder dinheiro.
“Parece óbvio, mas é a
história da galinha dos ovos de ouro. Poupar e depois gastar tudo é
matar a galinha. Investimento é cuidar da galinha e vender só os ovos. A
questão é que a lógica consumista faz com que as pessoas se comportem
mal e gastem tudo. Depois, começa a busca desenfreada por mais dinheiro.
Isso impacta inclusive na qualidade de vida das pessoas. É preciso ter
calma, paciência e, sobretudo conhecimento para fazer o dinheiro
funcionar a seu favor”, afirma Rojo.
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