Júlio César Cardoso / Bacharel em Direito e servidor federal aposentado / Balneário Camboriú-SC
O Brasil, pátria amada dos cidadãos trabalhadores e honestos, não merece a quantidade de filhos corruptos, que usam a política para se locupletar sem se importar com os danos causados nas camadas mais necessitadas da população.
O episódio do petrolão, fato que se transformou no maior escândalo de que se tem notícia no país, envolvendo a estatal Petrobras, funcionários, políticos e governo, escancarou as vísceras putrefatas da República dominada por uma gangue de políticos que se apossou do país para tirar vantagem.
Entre esses oportunistas políticos, travestidos de estadistas, destacam-se o senador e ex-presidente cassado Fernando Collor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que entrou pobretão para a política e hoje dispõe de condição econômico-financeira invejável, e a presidente Dilma Rousseff, a qual não sabia o que se passava na Petrobras, não tem apoio popular e do Congresso e está às voltas com as pedalas fiscais cobradas pelo TCU, que poderão levar à sua defenestração.
O eleitor brasileiro não tem memória e não leva a sério a política senão jamais teria dado oportunidade de voltar ao cenário político ao dissimulado “caçador de marajá”, Fernando Collor, que aplicou um golpe nas poupanças de brasileiros em seu desastrado governo.
Pois bem, Collor pensa que os brasileiros honestos e que não precisam da política para viver, são nefelibatas, como ele gosta de se referir aos demais, para não saber de sua atuação matreira na política nacional. Collor não deveria ficar surpreso e furioso com a denúncia de seus negócios solertes, pois ninguém engana a todos por muito tempo. O fausto portfólio de carros de luxo de seu folguedo, descortinado pela Polícia Federal, indica o quanto o nosso dinheiro vai custear o regalo e convescote de políticos oportunistas.
A revista Veja, em matéria “Luxo com nosso dinheiro”, assim se reporta a Collor: “Inimigo visceral de Lula e do PT nos anos 90, o ex-presidente Fernando Collor converteu-se gostosamente em um dos mais fiéis aliados de Lula e do PT quando retornou à política como senador. A reviravolta teve um preço: um feudo bilionário na Petrobras. No controle de duas diretorias da BR Distribuidora, uma subsidiária da estatal, Collor estabeleceu o próprio balcão de negócios no petrolão. Em apenas dois contratos, faturou uma verdadeira fortuna. No primeiro, levou 3 milhões de reais para favorecer uma rede de postos de gasolina de São Paulo. No segundo, embolsou 20 milhões de reais para manipular uma licitação em favor da construtora UTC, do empreiteiro Ricardo Pessoa. O ex-presidente apeado do poder aplacou seus fantasmas nos milhões do petrolão. De caçador de marajá, revelou-se ao país, na semana passada, como o mais bem-acabado deles. Em sua garagem na Casa da Dinda, a polícia apreendeu uma Ferrari 458, um Porsche Panamera e um Lamborghini Aventador Roadster avaliados em quase 6 milhões de reais. Dos tempos de presidente aos tempos de aliado petista, só o valor do Fiat Elba é que mudou”.
É nesse cenário de corrupção que o país estacionou. A trambicagem de nossos políticos não permite que a população mais carente tenha educação de qualidade, serviço público de saúde de dignidade humana, segurança pública, saneamento básico em cidades onde o esgoto ainda corre a céu aberto etc., porque o dinheiro da nação vai forrar o bolso de Collor, de Lula e de outros espertalhões denunciados no petrolão pelas delações premiadas, contra as quais esperneiam todos aqueles envolvidos.
Impende registrar que a Procuradoria da República no Distrito Federal abriu inquérito para investigar suposto tráfico de influência internacional do ex-presidente Lula para favorecer a construtora Odebrecht, uma das empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato.
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