Com a forte disparada dos preços, os brasileiros vêm trocando marcas tradicionais por marcas próprias de grandes varejistas na hora de fazer as compras. Fonte: MSN
Essa mudança pode acarretar em uma economia de até 30% e acaba aliviando um pouco o bolso dos consumidores que já sentem seu poder de compra reduzido nos últimos meses.
Desde o ano passado, alimentos, roupas e produtos de limpeza de marcas próprias de grandes redes de supermercados foram ganhando espaço na casa da cabeleireira Eliane Helena Silva, de 52 anos. Diante da inflação alta, estimada em 8,26% para o fim do ano, ela resolveu mudar seus hábitos de consumo.
“Antes tinha um pouco de preconceito, mas a qualidade desses produtos é muito boa e pago muito menos. Comecei a dar uma chance a muitas marcas que não estava habituada a comprar. Antes, para mim, papel higiênico era só o Neve”, explicou Eliane enquanto empurrava um carrinho com um pacote de papel higiênico da marca própria Qualitá, lançada em 2008 pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA).
A marca hoje possui mais de 1.500 itens para o dia a dia, como alimentos e produtos de limpeza e viu suas vendas crescerem diante de um cenário econômico de retração. Nos primeiros 4 meses deste ano, os 100 principais produtos da Qualitá tiveram um crescimento de vendas superior a 10% se comparado com o mesmo período do ano passado, segundo o GPA.
O aumento na procura por produtos de marcas próprias em épocas de retração econômica e inflação alta é comum, segundo Neide Montesano – atual presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias (ABMAPRO). “Quando a crise chega ao bolso, os consumidores procuram produtos com qualidade, mas por um preço mais baixo. Foi o que aconteceu neste primeiro quadrimestre. O interessante é que, a longo prazo, esses consumidores não deixam de comprar as marcas próprias”, explica Montesano que afirma, ainda, que o mercado está em expansão.
E não são apenas os supermercado que investem no segmento de marca própria. As drogarias também estão apostando nessa "escolha inteligente", que traz qualidade semelhante às grandes marcas da indústria por um preço mais baixo. A Drograria Indiana, que possui mais de 80 lojas em Minas Gerais e na Bahia, viu o faturamento dos produtos de marca própria crescer 120% neste primeiro quadrimestre.
Segundo estudo feito pela consultoria Nielsen, no Brasil, o mercado movimenta R$ 10 bilhões em faturamento e mostrou um crescimento de 11% em marcas próprias no ano passado. Diante de um cenário de redução no poder de compra , demonstrado na queda de consumo familiar registrado no primeiro trimestre, a expectativa é que o mercado de marcas próprias - mais vantajoso para o consumidor. Fonte: MSN
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