Quando foi secretária da Fazenda do então prefeito Alceu Collares, que enfiou sua administração num beco sem saída financeira, Dilma largou tudo e salvou sua biografia. Ela poderá fazer o mesmo novamente, desta vez com Lula. Lula, no seu caso, faria isto, como, aliás, fez com Zé Dirceu e antes dele com outros aliados que teve dentro e fora do sindicalismo, do âmbito familiar e da política.
A presidente Dilma Roussef passará o final de semana em Porto Alegre, onde comemorará seu aniversário, 67 anos, neste domingo.
. Será um final de semana terrível para Dilma, que está sob dramático fogo cruzado de duas poderosas entrevistas que parecem detonar de uma vez por todas toda a diretoria da Petrobrás, o PT e a base de apoio político e parlamentar que Lula montou para se eleger, governar e eleger sua sucessora.
. O editor refere-se às revelações da Executiva Venine Fonseca e do entregador de luxo do Petrolão, Rafael Lopez, publicadas ontem pelo jornal Valor e pela revista Veja. Os dois materiais vão abaixo, na íntegra. São corrosivos, reveladores, assustadores e devastadores.
. A presidente parece ter muito pouca margem de manobra se quiser sobreviver no cargo e salvar a reputação e a biografia. No seu primeiro mandato, Dilma Roussef parece ter tentado livrar-se da herança maldita de corrupção que lhe deixou Lula, promoveu forçadamente algumas faxinas e ficou por isto. Nas últimas semanas, depois da eleição, dá novamente mostras de que quer manter distância de alguns maus elementos que Lula e o PT enfiaram-lhe goela abaixo, como é o caso do ministro Gilberto Carvalho.
. O problema todo da presidente é saber como fazer a omelete sem quebrar os ovos, mas isto é possível se agir rapidamente com coragem, ousadia e inteligência, buscando amparo junto aos quadros ainda não contaminados do PT e da base aliada, como também convencendo a oposição mais sensata a colaborar numa faxina completa do setor público e da vida política brasileiros. por Polibio Braga
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