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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Papa pede que Copa do Mundo seja 'festa de solidariedade entre os povos'

AFP - Agence France-Presse
O Papa Francisco desejou que o Mundial de Futebol no Brasil se converta em uma "festa de solidariedade entre os povos", em uma mensagem em vídeo divulgada por ocasião da abertura do evento.

"O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também - e eu diria sobretudo - um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade mais pacífica e fraterna", declarou o Papa argentino, grande fã do futebol, nesta mensagem gravada em português.

"É com grande alegria que me dirijo a vocês todos, amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Quero enviar uma saudação calorosa aos organizadores e participantes; a cada atleta e torcedor, bem como a todos os espectadores que, no estádio ou pela televisão, rádio e internet, acompanham este evento que supera as fronteiras de língua, cultura e nação", afirmou na mensagem divulgada pelo gabinete de imprensa da Santa Sé.

"A minha esperança é que, além de festa do esporte, esta Copa do Mundo possa tornar-se a festa da solidariedade entre os povos", disse.

"Isso supõe, porém, que as competições futebolísticas sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e ao mesmo tempo uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano recíproco", acrescentou no vídeo o pontífice latino-americano, conhecido por ser torcedor desde criança do clube San Lorenzo de Buenos Aires.

"Pensemos na lealdade, na perseverança, na amizade, na partilha, na solidariedade", declarou o Papa, que desde que foi eleito, em março de 2013, promove a partir do Vaticano um programa internacional nas escolas de muitos países para impulsionar estes valores através do esporte com o apoio de grandes campeões, entre eles o famoso goleiro Gian Luigi Buffon, capitão da seleção italiana, e o astro da seleção argentina Lionel Messi.

"De fato, são muitos os valores e atitudes fomentados pelo futebol que se revelam importantes não só no campo, mas em todos os aspectos da existência, concretamente na construção da paz", explicou na mensagem.

"O esporte é escola da paz, ensina-nos a construir a paz", declarou, ilustrando os três valores que considera essenciais no futebol e no esporte, em geral.

"Na vida, é preciso lutar, 'treinar', esforçar-se para obter resultados importantes. Podemos ver, nesta prática esportiva, uma metáfora da nossa vida", disse.

"O espírito esportivo torna-se, assim, uma imagem dos sacrifícios necessários para crescer nas virtudes que constroem o carácter de uma pessoa", ressaltou.

Para o pontífice-torcedor, o "fair-play", tão necessário no futebol, ensina a respeitar o adversário.

"Para vencer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana", advertiu.

"Não é só no futebol que ser 'fominha' constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos 'fominhas' na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada", reconheceu.

Por último, o Papa argentinou explicou que o "segredo da vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida!", disse.

"Que ninguém se isole e se sinta excluído!", pediu no vídeo.

"E, se é verdade que, ao término deste Mundial, somente uma seleção nacional poderá levantar a taça como vencedora, aprendendo as lições que o esporte nos ensina, todos vão sair vencedores, fortalecendo os laços que nos unem", concluiu o pontífice.

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