Lembra do exoesqueleto que deu o chute inicial da copa do mundo?
Nos Estados Unidos já é possível comprar o equipamento, que permite aos paraplégicos andar novamente.
O FDA, Agência que reguladora produtos e medicamentos nos Estados Unidos, autorizou a a venda do primeiro exoesqueleto.
O ReWalk, como é chamado, é um aparelho motorizado colocado nas pernas e no torso - conjunto constituído pelos ombro, tórax e pela parte superior do abdomen.
Com a ajuda de um controle remoto, instalado no pulso, ele possibilita que uma pessoa com lesão de medula espinhal fique sentada, de pé, e caminhe com a ajuda de muletas - como mostramos aqui no SoNotíciaBoa.
"Os dispositivos inovadores como o ReWalk permitem percorrer um longo caminho com a ajuda de muletas para que as pessoas com lesões de medula espinhal ganhem mobilidade", assegurou Christy Foreman, diretor do Escritório de Avaliação de Dispositivos da FDA.
"Junto com a terapia física, a capacitação e assistência de um cuidador, estas pessoas podem utilizar estes dispositivos para caminhar de novo", acrescentou.
O dispositivo não foi projetado para esportes ou para subir escadas.
Os pacientes e seus cuidadores devem receber um treinamento desenvolvido pelo fabricante para aprender o uso apropriado do dispositivo.
Inventor
O ReWalk é invenção de um brasileiro: o cientista paulista Miguel Ângelo Laporta Nicolelis, de 52 anos.
Nicolelis lidera um grupo de pesquisadores da área de Neurociência da Universidade Duke, nos Estados Unidos, para integrar o cérebro humano com máquinas
Preço
Um porta-voz do Hospital de Paraplégicos de Toledo, que é um centro de referência mundial pra o tratamento destas lesões, explica que neste campo há "numerosas iniciativas", e assinala que o primeiro problema é o fato dos aparelhos "serem extremamente caros".
Eles também não servem para todos os pacientes.
Mas o fato da agência norte-americana ter emitido nota sobre sua comercialização indica que se trata de um avanço importante.
"Agora se trabalha nos chamados exoesqueletos bio-inspirados".
O dispositivo aprovado nos Estados Unidos pertence ao mais simples do grupo: detecta a intenção do movimento mediante bio-sensores que a capta da parte superior do corpo do usuário, e a transmite aos mini motores que movem as pernas.
Copa do Mundo
Ele é utilizado também, para próteses de extremidades amputadas, e era o tipo utilizado por Juliano Pinto, um homem de 29 anos que deu o chute inicial do Copa do Mundo do Brasil, também usando um tipo de exoesqueleto experimental (e que recebeu tão pouca atenção por parte do organizador da cerimônia que lhe custou o emprego depois da transmissão).
Futuro
Em Toledo se está trabalhando em outro modelo com estas características dentro do Projeto Hynter.
Mas o futuro destes dispositivos vai mais além: trata-se de detectar mediante microchips no cérebro, ou nos nervos a intenção de mover-se, e, com estas emissões, fazer com que o exoesqueleto atue.
É uma ciência relativamente nova (a neuro-protésica ou neuro-robótica) que já conseguiu sucessos como mover um rato e mãos artificiais com a mente. Com informações do ElPais
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