Três cidades brasileiras Fortaleza, Natal e Recife, que serão cenários de jogos do Mundial do Brasil de 2014, têm um risco maior de sofrer um surto de dengue do que as outras nove sedes, destacou um estudo científico divulgado neste sábado. Em termos absolutos, o risco é baixo em todas, mas é comparativamente superior nas três cidades do nordeste e as autoridades deveriam tomar medidas, afirmam os encarregados do estudo publicado na revista de medicina britânica "The Lancet". A doença é transmitida pela picada do mosquito "Aedes Aegypti", causa febre, dores de cabeça e musculares e, em casos extremos, pode causar morte por hemorragia. No Brasil, é um mal endêmico, e mais de 570 pessoas morreram vítimas da doença em 2013. Os autores do artigo, uma equipe de cientistas europeus e brasileiros, chefiados por Rachel Lowe, do Instituto Catalão de Ciências do Clima de Barcelona, examinaram dados de diversas fontes para identificar as áreas de risco. Eles estudaram os padrões climáticos de quatro agências meteorológicas, em particular os dados sobre chuvas, que têm grande influência na procriação do mosquito. Depois, compararam-nos com os dados sobre surtos de dengue dos últimos 13 anos, no mês de julho, em 553 "microrregiões" do Brasil, inclusive nas 12 sedes da Copa. Finalmente, levaram em conta os elementos que caracterizam o desenvolvimento de um surto de dengue. Os mosquitos levam de sete a 14 dias para se tornar vetores do vírus, o qual contraíram após picar uma pessoa doente. E quando o inseto pica outra pessoa, o vírus precisa de quatro a sete dias de incubação. Os visitantes não costumam ficar mais de duas ou três semanas na mesma cidade, o que significa que nesse momento já se estaria gestando um surto que poderia afetar o mês de junho. (Band)
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