As maiores dificuldades que o setor agropecuário encontra hoje em Mato Grosso são a logística precária e a falta de mão-de-obra especializada. “E a agricultura só cresce onde tem terra boa e estrada”, afirma Tiago Mattosinho, superintendente do Senar/MT.
Ele ainda comenta que, pelo menos no segundo caso, a instituição tem lutado para resolver o problema com cursos de capacitação por todo o Estado. Já o melhoramento e a manutenção da malha viária são competências do governo. “E muitas vezes o próprio produtor tenta consertar as estradas, já que precisa delas para o escoamento”.
Segundo o superintendente, é muito comum agricultores deixarem de plantar em mais hectares e expandirem porque não há quem possa trabalhar para eles. Sobram empregos, apesar de muitas vezes o salário oferecido ser ainda melhor do que o salário mínimo oficial e os que se encontram nas cidades maiores. O Senar busca preencher essa lacuna com profissionalização e capacitação para grandes e pequenos produtores. Os cursos são divididos em 14 cadeias produtivas, como soja, algodão, gado e outros. São 153 treinamentos e 17 programas que tem carga horária de 16 a 900 horas. “O Senar está presente em praticamente todo o Estado e atende cerca de 95% da cadeia de produção”, explica.
O orçamento do Senar em 2013 foi de quase R$ 40 milhões e Tiago prevê que em 2014 o valor seja o mesmo. Os recursos vêm dos próprios produtores, já que há uma lei que direciona 0,2% da arrecadação do setor para a instituição. “É o produtor investindo em si próprio”. De acordo com ele, hoje em Mato Grosso há 25 mil produtores sindicalizados e mais de 180 mil ligados à Fetagri. “Pelos sindicatos rurais que ficamos sabendo quais são as necessidades e demandas”, conta.
O agronegócio não tem uma região problemática em Mato Grosso. Mas os que mais precisam da capacitação e profissionalização são os locais de maior crescimento da agricultura. “E são nesses pontos que a mão-de-obra fica mais escassa”, salienta.
Expansão
Em 2014, o Senar pretende expandir cursos. Três modelos de centros de treinamentos serão construídos. O primeiro será em parceria com a Fetagri, no município de Várzea Grande, para 2.500 alunos por ano. Será um espaço para aulas teóricas e práticas.
O segundo modelo conta com cinco centros de capacitação avançada em cinco municípios (Barra do Bugres, Tangará da Serra, São José do Quatro Marcos, Primavera do Leste e Cáceres) construídos em parceria com os sindicatos rurais e cada um com capacidade para 1.500 alunos.
O terceiro e mais ousado será o Centro de Excelência em Grãos, Fibras e Oleaginosas em Campo Novo dos Parecis. O município foi escolhido por ser onde a agricultura é mais diversificada. A expectativa é que até o final do ano estejam todos concluídos. Texto: RdNews
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