Do Congresso em Foco
Assim que o Brasil foi confirmado como sede da Copa de 2014, dirigentes da CBF e integrantes do governo Lula anunciaram que este seria o Mundial da iniciativa privada. Sete anos após a promessa, o placar dos gastos com o megaevento indica que os cofres públicos perderam por goleada histórica essa disputa. Antes mesmo de a bola rolar, “a Copa das Copas” – como diz a presidenta Dilma Rousseff – já tem um vencedor: a Fifa, que projeta lucrar no Brasil mais que o dobro do que ganhou na Alemanha e quase 40% a mais que na África do Sul, em 2010.
Mas nem a entidade, que detêm todos os direitos sobre os jogos, nem o setor privado estão pagando o grosso da conta. Dos R$ 28 bilhões que estão sendo gastos em projetos da Copa, apenas R$ 5,6 bilhões (20%) provêm da iniciativa privada. Os R$ 22,5 bilhões restantes são bancados pelo contribuinte: R$ 8,7 bilhões por meio de financiamentos de bancos oficiais; R$ 6,5 bilhões por meio do orçamento federal, e R$ 7,3 bilhões pelo orçamento dos 12 estados que receberão os jogos da Copa.
No caso dos estádios, a conta para o contribuinte é, proporcionalmente, ainda maior. Dos R$ 8 bilhões destinados à construção e reforma das arenas esportivas, apenas R$ 820 milhões têm como origem a iniciativa privada, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU). Mais de R$ 4 bilhões devem retornar a instituições como o BNDES e a Caixa Econômica Federal, principais financiadoras.
Dona da festa, a Fifa pretende lucrar cerca de US$ 5 bilhões, algo em torno de R$ 10 milhões. O valor é 36% superior aos US$ 3,6 bilhões (R$ 7,2 bilhões) auferidos pela entidade na Copa da África do Sul, em 2010. E mais que o dobro dos US$ 2,3 bilhões (R$ 4,6 bilhões) lucrados na Alemanha, em 2006.
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