Chamar alguém de “nazista” pode virar crime, em Israel. O Knesset, o Parlamento do país, aprovou em primeira votação um projeto de lei que criminaliza o uso, como xingamento ou acusação, de palavras ou símbolos ligados ao Terceiro Reich – o governo alemão de Adolf Hitler, responsável pelo Holocausto. Se a lei for aprovada em todas as instâncias, quem chamar outra pessoa de “nazista” poderá ser sentenciado a até seis meses de prisão e/ou pagar até US$ 29 mil de multa (quase R$ 70 mil).
Os autores do projeto afirmam que não se pode banalizar o Holocaustoutilizando de maneira mundana expressões ligadas ao genocídio e que ainda chocam o Estado Judeu quase 70 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial
O genocídio nazista, que deixou 6 milhões de judeus mortos, é um dos maiores tabus em Israel. Mas símbolos ligados a ele estão sendo usados por vários grupos. Judeus ultra-ortodoxos, por exemplo, costumam vestir a infame Estrela de Davi amarela – que os judeus eram obrigados a usar em alguns locais controlados pelos alemães e seus aliados – como protesto contra o alistamento militar obrigatório (acima) Grupos ultranacionalistas também costumam chamar os próprios soldados israelenses de “nazistas” quando as tropas destroem colônias ilegais na Cisjordânia.
Recentemente, uma foto na internet do Ministro das Finanças, Yair Lapid, com uma farda da SS, chocou o pais (ao lado). Assim como o aparecimento de grupos neonazistas, formados por jovens imigrantes da ex-União Soviética.
Mas o Holocausto também é invocado por políticos quando querem se referir a ameaças internas ou internas ao país. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não hesita em fazer a comparação quando discursa sobre a ameaça nuclear iraniana.
O projeto de lei está sendo criticado por muitos, que o consideram uma afronta à liberdade de expressão. Um deles é o diretor do Museu do Holocausto, Avner Shalev, para quem é necessário investir na educação, e não na censura: “Temos que construir um processo educacional, criar uma atmosfera na qual coisas desse tipo não são feitas”.
O projeto foi apresentado em meio ao escândalo envolvendo o comediante francês Dieudonne M'bala M'bala, conhecido por fazer um gesto parecido com a saudação nazista. Diversos países europeus proíbem o uso de símbolos nazistas e consideram crime negar que o Holocausto aconteceu. O Brasil também faz parte desse clube. http://oglobo.globo.com
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