Vinicius Castro/Do UOL, no Rio de Janeiro
A diretoria do Vasco resolveu ir ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para tentar ganhar os pontos da derrota por 5 a 1 para o Atlético-PR e anular o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. A queda foi confirmada no último domingo em partida marcada pela briga generalizada entre as torcidas dentro da Arena Joinville, que paralisou o jogo por mais de uma hora.
O documento será protocolado na próxima terça-feira e o clube vai alegar que o Regulamento Geral de Competições foi ferido em razão de a partida ter sido reiniciada após 73 minutos de paralisação.
O prazo no artigo 21 do regulamento feito pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) fala em 30 minutos de pausa e mais 30 de acréscimo. O vice de futebol Ercolino de Luca desabafou e mostrou confiança na operação.
"O regulamento diz isso. O árbitro continuou o jogo após quase 75 minutos de paralisação. A tolerância é muito clara. Eles intimidaram o Vasco a jogar. Fiz a sugestão de tirar o time de campo em duas oportunidades. O juiz não deixou. Perguntei se sairia vivo dali se o Vasco vencesse... ", afirmou Luca ao UOL Esporte.
"Foi um erro do árbitro e estamos tentando ir atrás disso. Não é uma virada de mesa, é outra situação. Não tinha a menor condição de ter jogo e fomos pressionados de todas as formas", completou o dirigente.
A confusão ocorreu aos 16 minutos do primeiro tempo e fez a partida ser paralisada por mais de uma hora - 73 minutos. Filmada pelas emissoras de televisão, a briga envolveu torcedores dos dois lados, em vários pontos do estádio, com imagens fortes de pessoas desacordadas nas arquibancadas. Quatro torcedores foram encaminhados para o hospital com traumatismo craniano - um deles teve alta no mesmo dia, outros dois foram liberados na manhã desta segunda e apenas um segue internado sem risco de morrer.
Enquanto a partida estava paralisada, o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, se mostrou veemente contra a retomada do jogo. "Segurança particular não segura, já foi mostrado que não tem como. Já falei com o delegado da partida, o árbitro, o comandante da polícia... Se continuar o jogo a responsabilidade é deles. A questão aqui não é rebaixamento. São vidas. Não teve policiamento. São vidas que estão aqui, não é primeira ou segunda divisão", disse à TV Globo.
O texto do regulamento diz que o árbitro pode suspender o jogo mesmo que a segurança ofereça garantias. O Vasco quer provar que o Atlético-PR foi o responsável pela condição de realização do jogo. Desta forma, o Cruzmaltino pode ser declarado vencedor nos tribunais, somar três pontos, e anular o rebaixamento, trocando de lugar com o Criciúma.
Porém, o departamento jurídico do Vasco já sabe que a missão será das mais difíceis. O fato de não ter retirado o time de campo antes do recomeço do confronto complica o clube, já que configura a aceitação das condições no local para desempenhar o futebol.
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