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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Especialistas defendem uso de coquetel para fechar cerco à Aids

Bruna Sensêve - Diarios Associados
O americano Timothy Brown pode ser visto como um homem de muito azar e de muita sorte. Conhecido como o paciente de Berlim, ele protagonizou o primeiro relato de cura total do HIV. Soropositivo, tomava o coquetel contra o vírus quando foi diagnosticado com uma leucemia não relacionada à primeira doença. Brown foi submetido a dois transplantes experimentais de células-tronco, em que o doador foi escolhido pela compatibilidade genética e por apresentar uma mutação que faz com que as células não exprimam o conector CCR5, usado pelo HIV para se infiltrar e se propagar no organismo. Depois da cirurgia, realizada na capital alemã, o vírus não voltou a se replicar em Brown. A história tornou-se o primeiro sinal de uma possível cura. Desde então, centenas de estratégias são testadas em centros de pesquisa, onde é cada vez mais forte a máxima de que a erradicação desse mal passa primeiramente pela interrupção da transmissão.
A redução na incidência de infecção pelo HIV tem sido uma prioridade para o controle da Aids em todo o mundo com uma estratégia inicial de prevenção baseada na mudança de comportamento, como a fidelidade a um único parceiro, o uso de preservativo e o acesso a equipamento de injeção esterilizado. Os especialistas, porém, defendem novas abordagens para frear o número de novos casos. “Chamamos a atenção para métodos que possam ir além da camisinha. Ela continua extremamente importante, mas deve haver alternativas”, frisa Dulce Ferraz, coordenadora do Núcleo de Apoio a Gestão de Projetos da Fiocruz Brasília (NUGP) e pesquisadora do Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids (Nepaids/USP).
Segundo a também analista de gestão em saúde, mais de 80% das brasileiras infectadas por ano tiveram contato com o vírus por meio de relação heterossexual. “Precisamos encontrar maneiras de combinar esse método de barreira com outros. A camisinha é segura e sem riscos de reações adversas, mas, eventualmente, pode ser mais viável na vida de algumas pessoas usar outra forma de prevenção que negociar o uso do preservativo com o parceiro”, analisa.

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