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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

TO: Menino pede em carta ao Papai Noel dos Correios para encontrar o pai

O sonho do adolescente Guilherme Pereira dos Reis, de 12 anos, morador de Palmas, não é ganhar uma bicicleta e nem um computador no Natal. O que ele mais deseja é conhecer o pai, que ele só vê por fotos. O pai dele mora emBlumenau, Santa Catarina, e não tem condições financeiras para vir ao Tocantins se encontrar com o filho. Então Guilherme decidiu recorrer ao Papai Noel. Escreveu uma carta e enviou para os Correios pedindo ao bom velhinho para promover o encontro.

Os pais de Guilherme se separaram antes dele nascer. A mãe estava grávida de três meses. Os anos se passaram e o menino cresceu imaginando como seria estar perto de uma das pessoas que ele mais ama, embora não conheça de perto. Em 2008, quando teve a enchente em Santa Catarina, o adolescente reconheceu o pai em uma reportagem, o que deixou Guilherme ainda mais ansioso para encontrar com ele.

"Nessa hora passou a cidade de Blumenau, Santa Catarina, e o pai dele apareceu nas imagens. Quando ele viu, ele me gritou e falou 'olha o meu pai.' Na hora eu pensei que não era, corri para ver e confirmei que era o pai dele mesmo", disse a mãe Tatiana Pereira dos Reis.

O primeiro contato do pai do adolescente foi no dia 7 de outubro deste ano, depois que ele recebeu um telegrama do menino. Na mensagem, enviada pelo aparelho celular o pai diz que ficou feliz por saber que Guilherme quer conhecê-lo. O pai fala ainda que quer se encontrar com o menino, mas não sabe quando porque não tem condições de pagar pela viagem.

Guilherme decidiu pedir ajuda ao Papai Noel. Guilherme lê a cartinha que ele mesmo escreveu. "No mês de outubro conseguimos localizar o meu pai e o que me deixou feliz foi saber que ele está vivo e deseja me conhecer só que no momento ele não tem condições de vir aqui e a minha mãe não pode me levar para lá. Ela está desempregada e a nossa situação está muito difícil. Minha mãe está doente e, às vezes, eu quero acompanhá-la...", diz o menino, emocionado, sem conseguir terminar de ler a carta.

O menino não passa um dia sem pensar no pai. "A maioria dos meus colegas convive com a família inteira e eu só convivo com a minha mãe, meus tios e minha avó. Eu queria conhecê-lo", diz alternando a voz aos suspiros provocados pelas lágrimas.

O pedido chamou a atenção dos funcionários dos Corrreios. Por isso foi aceita mesmo depois do prazo estabelecido para o envio das cartinhas. Guilherme colocou a carta debaixo da porta do prédio da empresa. "Um dia após o encerramento da campanha nós recebemos esta cartinha, estava embaixo da porta dos Correios e quando eu li, eu vi que era uma cartinha especial, com um pedido inusitado. A cartinha está à disposição de qualquer pessoa que sentir tocado por esta mensagem", diz o coordenador da campanha dos Correios, Elicharme Gomes Carvalho.

Guilherme e a mãe dele estão com esperanças. "Ele é muito consciente das coisas que ele quer, é determinado, sempre corre atrás. Ele é o motivo de todas as minhas superações".Foto: Reprodução/TV Anhanguera/Fonte: G1/TO

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