Uma mulher decidiu doar a córnea após ter o olho direito arrancado pelo filho. O caso ocorreu em Londrina, no norte do Paraná. Segundo Maria de Lourdes Dechechi, de 47 anos, o rapaz tem um tipo raro de autismo e teve um surto psicótico. Durante a agressão, conta a mãe, o rapaz arrancou o olho dela com o dedo. “Eu fiz o jantar, fui até o quarto e acabei trancando a porta, o que raramente faço. Ele bateu na porta e, depois que abri, já começou a me agredir. Ele conseguiu enfiar o dedo por trás da lente dos óculos e puxou meu olho”, contou a dona de casa. O caso aconteceu no dia 2 de dezembro e o transplante foi realizado 5 de dezembro.
Maria de Lourdes ficou inconsciente e foi atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela foi encaminhada para o Hospital Universitário.
Ao saber que o olho não poderia ser reimplantado, a dona de casa optou pela doação. “Eles falaram que estava intacto. Então eu perguntei que, se não dá mais para implantar em mim, dá para implantar em outro?”, disse.
Com a autorização dela e dos familiares, a doação foi possível. As córneas foram implantadas em outra pessoa, que não teve a identidade divulgada, “Que ela possa agora no natal enxergar as maravilhas que Deus deu pra gente”, disse Maria de Lourdes.
O filho de Maria de Lourdes está internado em uma clínica psiquiátrica e passa por tratamento.
Raridade
Oftamologistas afirmaram que a doação de córneas entre vivos é rara. “É a primeira vez que escuto falar de um caso assim. A doação entre vivos não é possível, pois não é permitida por lei. É diferente da doação de um rim, por exemplo”, contou o oftalmologista Noburo Yagui.
Segundo Yagui o reimplante do olho não é possível nesse caso porque o órgão perderia a funcionalidade. “Não dá para reimplantar porque quando você rompe o nervo ótico não tem como religá-lo. E, uma vez rompido esse nervo, ele não tem como regenerar”, explicou o médico. Fonte: Com informações do G1
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