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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Entrega de cargos gera nova disputa no PT

Cláudia Eloi - Diario de Pernambuco
O petista Oscar Barreto, presidente do PT municipal, acusou o senador Humberto Costa (foto) de ter 600 cargos no governo de Pernambuco. Foto: Antonio Cruz/ABr

A decisão do PT nacional, endossado pelo ex-presidente Lula, de que o partido deve entregar os cargos ocupados no governo do estado e na Prefeitura do Recife, em função da união do governador Eduardo Campos e a ex-senadora Maria Silva para a disputa presidencial, desencadeou uma nova guerra dentro do PT. Ontem, o secretário executivo de Agricultura do governo Eduardo Campos, o petista Oscar Barreto, presidente do PT municipal, acusou o senador Humberto Costa (PT) de ter 600 cargos no governo de Pernambuco.

O senador, principal defensor da saída do partido do governo, reagiu às acusações por meio de nota. Disse que vai acionar judicialmente o colega de partido para que ele prove a acusação. O ex-vereador do Recife Dilson Peixoto também se posicionou. “O que Oscar declarou não é crível e não é verdade. O governo tem cerca 2 mil cargos e 600 são de Humberto? Ele cumpre um papel complicado. Trata-se de um infiltrado no PT”, acusou.

A previsão é que o PT deixe a gestão de Eduardo Campos nos próximos 15 dias, segundo a orientação do ex-presidente Lula, que reuniu parte dos caciques da legenda em São Paulo, na última terça-feira. O encontro contou com a participação do presidente nacional da legenda, Rui Falcão, do presidente estadual do PT em Pernambuco, Pedro Eugênio, do deputado federal João Paulo e do senador Humberto Costa.

Como a candidatura de Eduardo passou a ser tratada como irreversível, Lula avaliou ser urgente a adoção de uma postura mais independente do PT no estado. Além de Oscar Barreto, o partido tem a Secretaria de Habitação na Prefeitura do Recife. A pasta é ocupada por Eduardo Granja, ligado ao ex-prefeito João da Costa. Ontem, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), disse que não via ligação de imediato do cenário nacional com a questão local. A outra pasta (Transportes) ocupada pelo partido, no estado, era a de Isaltino Nascimento, mas ele se filiou ao PSB.

No encontro em São Paulo ficou definido que caberá a Pedro Eugênio conduzir o processo de saída dos petistas junto à executiva estadual.

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