O grupo Pão de Açúcar foi condenado a indenizar em R$ 6.220 a família de um menino negro por discriminação racial. Cabe recurso. O caso ocorreu em janeiro de 2007, mas só teve resultado no Tribunal de Justiça paulista agora. Com correção e juros, o valor deve chegar a R$ 30 mil. O garoto, filho de Claudinho, ex-integrante do grupo de pagode Soweto, foi ao supermercado na região da av. Paulista com sua mãe, branca. Ali, um segurança o acusou de ser "pedinte". Segundo o boletim de ocorrência feito após o acontecimento, o menino de seis anos pedia à mãe para que comprasse um pote de iogurte, quando o segurança lhe disse para sair do local, "que lá não era lugar de pedir". Ao ser informado de que se tratava de uma família, o segurança se desculpou, mas a mãe não aceitou o pedido. A família entrou com ação por discriminação racial e venceu. Em primeira instância, recebeu direito a R$ 3.000. Mas entrou com apelação para que a indenização aumentasse. A empresa foi então condenada a pagar R$ 6.220 que, com juros e correção, deve aumentar. Outro fator que aumentará o valor é a condenação por má-fé, pois, em sua defesa, o Pão de Açúcar alegou que o fato não aconteceu. O argumento acabou tornando-se um agravante no processo. O total da indenização deve chegar a cerca de R$ 30 mil. OUTRO LADO Em nota, o Pão de Açúcar afirma que não foi notificado sobre a decisão do Tribunal de Justiça e que "somente se manifestará após intimação oficial da decisão". O grupo não comentou também a condenação por má-fé. Diz ainda que repudia qualquer ato discriminatório e esclarece que o fato apontado não corresponde ao padrão operacional exigido pela rede.
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