Acontece amanhã (29), às 9h, no Tribunal do júri da Comarca de Petrolina/PE, o julgamento dos acusados do assassinato do Auditor Fiscal da Sefaz-BA, José Raimundo Aras. O Auditor e pai do atual procurador federal, Vladimir Aras, foi assassinado há 16 anos na porta de casa, com seis tiros disparados por Carlos Robério Vieira Pereira a mando dos comerciantes Alcides Alves de Souza, Carlos Alberto Silva Campos e Francisco de Assis Lima. Na ocasião, José Raimundo Aras, trabalhava com as fiscalizações que desvendaram a máfia do açúcar, um esquema de sonegação de ICMS na região Juazeiro-Petrolina.
Em entrevista ao site do Instituto dos Auditores Fiscais do Estado da Bahia (IAF), o procurador federal Vladimir Aras, afirmou que embora esta seja apenas mais uma etapa do caso, ela significa que a hora da Justiça chegou. “Será duro para mim e para meus irmãos esperar esse veredicto, que aguardamos ansiosamente há 16 anos. Meu pai não pode conhecer seus netos. Pelo menos, eles poderão conhecer a resposta da Justiça”, declara. Aras espera que no julgamento das ações penais 581-17.1996.8.17.1130 e 070-19.1996.8.17.1130, propostas pelo Ministério Público de Pernambuco, todos os acusados sejam condenados por homicídio qualificado. O caso está nas mãos do promotor de Justiça, Júlio Cesar Lira.
O procurador ainda mostra preocupação com os Auditores Fiscais que estão na ativa nos dias atuais. “É lamentável que haja tantas ameaças e tantas mortes nesse campo. O rigor no trato da coisa público tem posto em risco vários profissionais do Fisco. É preciso que todos tenham condições de trabalho adequadas, para que não sofram ameaças de sonegadores ou para que não sejam mortos como aconteceu com meu pai. O julgamento deve ser exemplar, para que outros sonegadores não se encorajem. O exemplo da condenação com uma resposta equilibrada e proporcional do Poder Judiciário também servirá para reduzir os riscos dessa profissão”.
Apoio - Auditores Fiscais e servidores do Fisco estadual da Bahia estão se mobilizando para comparecer ao julgamento. É o caso do Diretor de Mobilização Sindical do IAF, Antonio Medeiros, que estará presente representando o Instituto e a categoria. “Farei-me presente neste julgamento, não só em razão de também, por diversas vezes, ter sido agredido ao defender basilares preceitos do nosso Ordenamento Jurídico, mas, sobremaneira, na expectativa de que tal fato sofra a devida reprimenda de ordem jurídica, e consequentemente, sirva para desestimular outras ocorrências como esta” afirma. De imprensa@iaf.org.br
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