247 – A presidente Dilma Rousseff negou que tenha orientado uma manobra para impedir que a ex-chefe de gabinete da Presidência da República, Rosemary Novoa de Noronha, alvo da investigação Porto Seguro, da Polícia Federal, fosse convocada por comissões do Congresso. A oposição acusa o governo de realizar "operação-abafa" para não expor os investigados do esquema que negociava pareceres técnicos em órgãos públicos. "Se quiserem convocar, convoquem", disse a presidente, segundo a coluna Painel da Folha de S.Paulo.
Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR) foi um dos que acusou o governo de articular para evitar a aprovação de convites aos supostamente envolvidos no esquema. Segundo ele, há uma "encenação" do governo ao permitir a convocação de pessoas que não estão diretamente envolvidas e pouco têm a acrescentar. "Os que estão diretamente envolvidos não estão sendo chamados... Isso revela que há uma encenação que tem por objetivo passar a ideia de que o governo está investigando, quando na verdade ele está acobertando", afirmou Dias.
Um dos envolvidos, de acordo com a PF, e que não teve o convite aprovado para comparecer no Congresso é o ex-advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves. Entre os já confirmados a prestar esclarecimentos estão o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que irá a duas comissões do Senado e duas da Câmara. O Advogado Geral da União, Luís Inácio Adams, além dos presidentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco Guaranys, e da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, também prestarão contas sobre o envolvimento de seus órgãos e pastas na Porto Seguro.
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que o governo não tem preocupação em permitir que os investigados compareçam ao Congresso. "Buscamos ontem [quarta-feira] o entendimento para o sobrestamento de requerimentos para que não transformemos esta ação numa ação absolutamente de exposição pela exposição, da busca por holofotes pela busca dos holofotes", disse Braga a jornalistas. "Ao cabo desta primeira fase, nós vamos avaliar quais os próximos passos", acrescentou.
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