A presidente Dilma Roussef pediu neste sábado, durante discurso na primeira sessão plenária da Cúpula Ibero-Americana, em Cádiz, na Espanha, que os países se esforcem por medidas que estimulem o crescimento e a competitiviade de suas economias. e ao mesmo tempo, preservem os direitos do trabalhadores, em vez de se concentrarem apenas em cortes de gastos públicos e sacrifícios para o povo.
"Temos assistido aos enormes sacrifícios por parte das populações dos países que estão mergulhados na crise: reduções de salários, desemprego, perda de benefícios. As políticas exclusivas, que só enfatizam a austeridade, vêm mostrando seus limites: em virtude do baixo crescimento, e apesar do austero corte de gastos, assistimos ao crescimento dos déficits fiscais e não a sua redução. Os dados e as previsões para 2012 e 2013 mostram a elevação dos déficits e a redução dos PIBs", afirmou.
A presidente lembrou que o Brasil vem defendendo, incluisive nas reuniões do G-20, que o arrocho exagerado afasta o risco de quebra financeira, mas não afastam a desconfiança dos mercados e nem das populações.
"É preciso que a estratégia adotada mostre resultados concretos para as pessoas, apresente um horizonte de esperança e não apenas a perspectiva de mais anos de sofrimento.Urge que os países superavitários também façam a sua parte, aumentando seu investimento, seu consumo, e importando mais."
Ela destacou as ações de combate à crise adotadas no Brasil, como aumento dos investimentos públicos, redução da carga tributária, mudanças na previdência dos servidores e programas sociais de distribuição de rendas.
"O Brasil tem implementado medidas de estímulo econômico sem comprometer a prudência fiscal. Também fomos atingidos pela crise, através da redução dos mercados internacionais."
Para Dilma Roussef, a solução para a crise passa pelo aumento da competitividade dos países, redução de custo, mas sem impor mais sacrifícios aos trabalhadores.
"Nosso desafio consiste em buscar a competitividade por meio da inovação tecnológica, pelo aperfeiçoamento dos processos produtivos, da logística de distribuição, da redução da carga tributária e não, como tantas vezes no passado, pela precarização do trabalho, pela penalização do trabalhador e pela redução de direitos sociais, que comprometem as bases do estado de bem-estar social. Desenvolvimento não se faz com desigualdade, desenvolvimento sustentável se faz com a justiça social", afirmou.
A Cúpula reúne os presidentes da Espanha e da América Latina e deve elaborar uma uma declaração com referências à crise, o que está afetando seriamente a Espanha, de Portugal e da União Europeia, e da necessidade de promover políticas de crescimento. Também deverá ser incluída uma referência genérica a "reforçar as regras claras, estáveis ??e previsíveis" para ajudar a promover o investimento produtivo e estrangeiros, que o parágrafo refere-se à disputa entre Espanha e Argentina pela desapropriação da Argentina companhia petrolífera Repsol YPF, capital espanhola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário