Estudo do Hospital do Câncer de Barretos mostra que a adesão de adolescentes em programas de vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) é grande quando feito em escolas. O levantamento foi apresentando hoje (3) durante o Simpósio Internacional de Papilomavírus Humano (HPV), promovido pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, que discutiu o impacto da vacinação contra o HPV no Brasil, nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Austrália.
“Houve uma aceitação muito alta dos pais mostrando que um programa de vacinação baseado em escola pode ser factível, pode ocorrer em nosso país”, disse, à TV Brasil, o médico José Humberto Fregnani, um dos coordenadores da pesquisa.
No estudo, feito desde 2010 em 11 escolas de Barretos com cerca de 1,5 mil adolescentes, houve recusa em tomar a vacina em apenas 8% dos casos. O resultado é similar a projetos realizados na Austrália, por exemplo, onde a vacinação ocorre nas escolas e a taxa de aceitação é superior a 80%. Estima-se que quando a imunização ocorre apenas nos postos de saúde, a adesão ao programa fique entre 20% e 30%.
“Alguns pais tinham medo de dar vacina nas meninas que eles julgavam muito novas. Eles não gostariam de discutir sexualidade com as meninas nessa faixa etária, em torno de 11, 12 anos. Alguns pais achavam que a vacina não era eficaz”, ressaltou o médico.
Fregnani destaca, no entanto, que é justamente nessa faixa etária, antes de a menina começar a ter atividade sexual, que a vacina é mais eficiente, já que imuniza as adolescentes antes de elas terem contato com o HPV.
O vírus, que é sexualmente transmissível, pode causar câncer tanto em homens quanto em mulheres. No entanto, doenças mais graves, derivadas do HPV, são mais recorrentes no sexo feminino. O vírus é uma das principais causas do câncer de colo de útero.
Além de ser responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero, o vírus pode provocar verrugas na vagina, e sintomas desagradáveis, como prurido, coceira e corrimento. Nos homens, a incidência de câncer, devido ao HPV, é muito baixa, mas há ocorrências de câncer no pênis e anal, além da formação de verrugas genitais.
Segundo o Ministério da Saúde, um estudo feito em seis capitais brasileiras em 2005, publicado em 2008, mostrou a prevalência de HPV – em mulheres e homens que procuraram atendimento em clínicas de doenças sexualmente transmissíveis – de 41% de um total de 3.210 pessoas. De acordo com uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o HPV atinge 685.400 pessoas no país.
No Brasil, a vacinação é permitida apenas para mulheres de 9 a 26 anos – e não é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Da Agência Brasil
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