– Garoto, você vai entrar hoje e fazer um gol.
Foram essas as palavras que Romarinho ouviu de Valdir, roupeiro da equipe cruz-maltina, momentos antes da estreia do Vasco na Copa São Paulo de Futebol Junior, contra o São Francisco (BA).
Em tom de brincadeira, Romarinho avisou a Valdir que, caso a previsão se concretizasse, lhe daria um prêmio. Aos 30 minutos do segundo tempo ele entrou e precisou de apenas sete minutos para, de cabeça, marcar o terceiro gol vascaíno.
A partida acabou e, em meio à comemoração pelos três pontos, ainda no vestiário, o celular de Romarinho recebeu uma mensagem. O remetente? Seu pai, que não teve oportunidade de assistir ao jogo, mas logo que viu o gol fez questão de parabenizá-lo pelo feito.
Pouco tempo depois, os dois se falaram por telefone. Romário elogiou o gol e afirmou que o filho estava trilhando um bom caminho.
Após a ligação, os companheiros não perdoaram e falaram que ele tinha de pedir ajuda ao pai para pagar a aposta feita com Valdir.
A cobrança dos amigos, no entanto, é pequena perto da que o jogador precisará enfrentar por ser filho de quem é. A humildade, ao menos, ele não puxou do pai, marrento convicto:
– Conheço eles há uns cinco ou seis anos. Brincadeira sempre existe, mas todos ficamos felizes mais pela vitória, por ter começado bem a competição – disse Romarinho.
Pode ser que um jovem chamado Romário desponte em São Januário e faça a alegria da torcida com gols e títulos. A frase, que parece ultrapassada, tem chance de voltar a ser mais atual do que muitos imaginam.
Alívio após o gol marcado
Além de toda a euforia e animação por ter marcado um gol na estreia do Vasco na Copinha, Romarinho diz que também sentiu um alívio quando conseguiu balançar a rede adversária. Para o camisa 20 da equipe cruz-maltina de juniores, aquele momento pode ter sido uma espécie de resposta.
O jogador lembra que não é fácil carregar nome e sobrenome de um jogador como Romário.
– Quando fiz o gol, senti uma grande felicidade por poder ajudar, contribuir com o time. Mas também senti um alívio grande. É muita pressão. Então, marcar um gol trouxe um conforto – disse.
Porém, Romarinho garante que já está acostumado com as comparações e comentários por ser filho de quem é.
– Por ser filho do Romário, a pressão é muito maior, mas convivo com isso desde pequeno e já estou me acostumando – afirmou.
Com a palavra Galdino - Técnico da equipe de juniores do Vasco
A única coisa que não tem é o jeito do pai
omarinho é querido por todos no clube. É um menino tranquilo, calmo, fala baixo... A única coisa que não tem do pai é o jeito fora de campo. Dentro de campo, tem tudo do pai, é um DNA de craque.
Ele costuma cair pelas laterais e, quando menos se espera, está na área para finalizar. Tem muitas características do pai, inclusive a melhor delas, que é a finalização.
Lembro a ele e aos filhos de outros jogadores, como o Rodrigo, filho do Dinamite, e ao Andrey, filho do Geovani, a responsabilidade que eles têm. Peço que se espelhem na carreira que os pais construíram, e os tornou ídolos. Do LANCENET!
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