José Bonato - Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)
Um aposentado de Araraquara (273 km de São Paulo) de 71 anos de idade foi preso pela Polícia Militar neste domingo (8) depois de atirar contra o gato do vizinho. Príncipe, um felino amarelo-tigrado de um ano e meio de idade, vai perder uma das patas dianteiras por causa da agressão.
O aposentado foi indiciado pelos crimes de maus-tratos contra animais, porte ilegal e disparo de arma de fogo. Ele gastou R$ 2.150 com pagamento de fiança e multa. O acusado, cujo nome não foi divulgado pela polícia, alegou que o felino sujava o muro e o quintal de sua casa com frequência e que o tiro foi apenas para assustá-lo.
Os miados do gato ferido, caído no quintal do aposentado, chamaram a atenção dos donos, que, à primeira vista, pensaram que o idoso havia dado pauladas em Príncipe. Foi a Polícia Militar que informou que o ferimento havia sido feito por disparo de cartucheira, próximo do bicho, que estava sobre o muro entre as duas casas quando foi atingido.
Além de perder a pata direita dianteira, Príncipe vai precisar receber uma placa de metal na outra pata, que também sofreu fraturas. A má notícia para o gato é que os donos disseram preferir a eutanásia aos gastos com os cuidados veterinários, estimados em R$ 1.200.
“O gato vai ser sacrificado e não se fala mais nisso”, disse o dono de Príncipe, que se identificou ao UOL apenas como Antonio Carlos.
Paulo Henrique de Souza, 35, um dos veterinários do hospital que cuida de Príncipe, falou que não aceita fazer a eutanásia. “O gato pode viver muitos anos ainda. Em até quatro meses ele se adapta à situação sem uma das patas. Dissemos à família que facilitaremos o pagamento.”
Luis Antonio Fernandes, 51, da Dedia (Defesa dos Direitos dos Animais), afirmou que vai tentar convencer os donos de Príncipe a não sacrificá-lo. "A gente faz uma campanha para arrecadar o dinheiro e pagar as despesas veterinárias", disse.
Fernandes declarou que os donos de Príncipe haviam dito ao aposentado que iriam colocar em breve uma cerca elétrica sobre o muro para evitar o trânsito do felino entre as duas casas. “Ele não teve paciência para esperar. É uma pessoa muito rabugenta”, afirma.
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