O engenheiro civil, especialista em estrutura do Crea, Antônio Eulálio Pedro vistoriou na manhã desta quinta-feira o local onde três prédios desabaram no Centro do Rio e informou que as obras que aconteciam no terceiro e nono andar do prédio Liberdade, de 20 andares e que desabou primeiro, não estavam registradas no Conselho. O engenheiro responsável já está sendo procurado. A última obra no prédio que teve registro no Crea aconteceu em 2008. "Pior é que isso é feito por leigos, e a lei pune como contravenção quando deveria ser crime", disse Antonio.
Segundo Antônio, há três hipóteses para a queda do prédio de 20 andares, o que teria desabado primeiro. O corte de uma viga, com ruptura brusca, a corrosão e infiltração da laje da cobertura ou o entulho de obra como sacos de cimentos, latas de tintas, que provocou o excesso de peso e o rompimento da estrutura. Ele também descarta a possibilidade de vazamento de gás, e diz que o prédio caiu de cima para baixo. Por isso, a hipóteses mais provável é mesmo a de retirada de uma viga.
O Clube de Engenharia criou uma comissão esta manhã, a fim de avaliar as possíveis causas da queda dos prédios. O clube já trabalha com a possibilidade de a tragédia tenha sido provocada por um problema estrutural do prédio de 20 andares, já que, segundo a entidade, 90% dos casos de queda de prédio têm origem na estrutura da construção. À frente da comissão, está o vice-presidente do clube, Manuel Lapa, especialista em engenharia estrutural.
O presidente da Comissão de Análises e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Luiz Antonio Cosenza, não descarta qualquer hipótese de causa dos desabamentos. Nem mesmo uma explosão provocada por vazamento de gás, a mais remota das hipóteses. "Normalmente os prédios do Centro são bem construídos. Não posso afirmar o que provocou os desmoronamentos. Pode ser fruto de outras obras irregulares que mudaram as vigas ou colunas. Depois do resgate das vítimas, é preciso limpar o local para uma melhor análise do que houve", disse Cosenza.
Pessoas que trabalhavam no Liberdade contam que ontem viram areia caindo dentro do prédio, sobre o elevador. Victor Ferreira, que trabalhava no oitavo andar numa escola de idiomas, viu pessoas reclamando com o zelador sobre o problema por volta das 18h quando ia para casa. Da Agência O Globo
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