Às margens da Estrada do Coco – que forma com a Linha Verde a rodovia BA-099 –, há um vertiginoso crescimento urbano a olhos vistos.
Nos últimos três anos, a área que engloba três municípios da Região Metropolitana de Salvador registrou aumento populacional de 61,5%.
Em 2007, Lauro de Freitas, Camaçari e Mata de São João somavam 402 mil habitantes. No final do ano passado, chegaram a 649,4 mil, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
São 248 mil pessoas a mais. É como se metade dos moradores da cidade de Feira de Santana, a segunda maior do Estado, tivesse mudado para a área naquele período.
São 248 mil pessoas a mais. É como se metade dos moradores da cidade de Feira de Santana, a segunda maior do Estado, tivesse mudado para a área naquele período.
Com isso, a densidade demográfica na região – de 1.476 km², somados os três municípios – subiu de 272 para 439 pessoas por quilômetro quadrado. Se há mais gente, há também mais carros. No mesmo triênio, a frota cresceu quase 58 mil veículos, saindo de 45,4 mil, em 2007, para 103,3 mil em 2010.
Considerar os três municípios, somando seus indicadores urbanos, não é mera estratégia matemática para obter números expressivos. Os professores do mestrado em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social da Universidade Católica de Salvador (Ucsal), Sylvio Bandeira e Silvana Sá, consideram que o crescimento do Litoral Norte resulta da expansão metropolitana de Salvador.
Problemas – Para eles, “um novo tipo de cidade” está sendo construído, com uma ocupação contínua e linear, e “bastante dependente de Salvador, com sérios problemas ambientais e de acessibilidade interna”, analisaram, em artigo publicado em revista acadêmica, em maio de 2010.
A circulação pendular de pessoas entre a capital e a região denuncia a falta de infraestrutura viária e de transporte. Não à-toa, a estudante de medicina veterinária Jocélia Caldas, 43, leva 40 minutos de carro para ir do bairro de Itapuã, em Salvador, até a faculdade onde estuda, em Lauro de Freitas. “O normal seria levar 10 minutos”, compara.
Quem depende do transporte coletivo sente mais a precariedade. Tanto a espera nos ponto de ônibus quanto a viagem são longas. A professora Rita Sueli, 42, que mora em Mussurunga e trabalha no centro de Lauro de Freitas, enfrenta uma rede de transporte público insuficiente. “Eu preciso tomar dois ônibus. E são uns 50 minutos viajando”, afirmou.
Os pesquisadores apontam a inexistência de um planejamento regional urbano para fazer frente a esse crescimento. Cidade mais desenvolvida da três, Lauro de Freitas, por exemplo, tem apenas 9% de seus quase 60 mil domicílios com estrutura de esgotamento sanitário.
De ATarde
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