O gari batalhou bastante e teve dias que dormia apenas duas horas por noite, tudo para ser aprovado no concurso
Foto: Kadidja Fernandes (A Tribuna)
A vassoura dividiu espaço com os livros, e foi assim que esse gari, que dormia apenas duas horas por dia, passou em um concurso público! Por Vitor Guerra / SNB
Matheus Otoni, de 26 anos, é morador do Espírito Santo. A história dele é de superação. Aos 20 anos, ele decidiu que queria buscar a carreira pública e batalharia com tudo para atingir essa realidade. Com informações de A Tribuna
Agora, cinco anos depois, ele foi aprovado em um concurso de um presídio. Não foi nada fácil, e durante meses, Matheus se privava do sono para equilibrar a rotina entre o estudo e o trabalho.
Começou a trabalhar cedo
Para ajudar na renda da família, Matheus começou a trabalhar cedo.
“Na época, eu morava com minha mãe, e aí tinha aquilo de ‘eu tenho que trabalhar’. Tinha que ajudar em casa, tinha tudo isso, o psicólogo. E a oportunidade que surgiu nessa época foi para trabalhar como gari”, lembrou o rapaz.
Com isso, os estudos ficaram para trás e o foco era totalmente colocar dinheiro em casa de maneira rápida.
Ele ainda chegou a trabalhar vendendo chup-chup na praia e participou de uma iniciativa musical da Vale Música, uma das maiores paixões de sua vida.
Virou concurseiro
Foi ao concluir o ensino médio no programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), que ele descobriu o mundo dos concursos.
“Eu sempre quis estar nessa área. Eu só não sabia como. Depois descobri que tinha que fazer uma prova, e aí descobri o mundo dos concursos. Com isso, o foco foi só nisso”.
E foram longos anos de estudos, noites mal dormidas, mas a certeza de que jamais iria desistir.
Ele começou a fazer um cursinho preparatório e intensificou ainda mais os estudos para atingir o objetivo.
“Eu chegava do curso às 22h20, estudava até as 2 horas da madrugada e acordava às 04h40 para trabalhar, pois pego cedo no serviço”.
Gravava aulas
Todo momento vago era uma oportunidade para estudar, inclusive na hora do almoço.
Além disso, o ex-gari gravava as aulas no curso para escutar no fone enquanto trabalhava nas ruas.
“O edital saiu em agosto e foi assim até a prova. Durante uns 60 dias foi essa rotina”, lembrou.
Recém aprovado