por Estadão Conteúdo
Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) constatou que um dos casos de morte por reação à vacina contra a febre amarela, que era investigado, era, na verdade, mais um registro de óbito por causa da doença. A paciente, uma mulher de 76 anos de Ibiúna, no interior paulista, já estava infectada pelo vírus quando foi vacinada. O grupo, formado por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e da Faculdade de Medicina da USP, está fazendo a confirmação de casos de febre amarela por meio de análises de autópsias realizadas pelo Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC). "A paciente tomou a vacina e, no dia seguinte, apresentou os sintomas, mas ela já tinha sido infectada pelo vírus. A vacina demora dez dias para começar a proteger contra o vírus. Se ela tivesse se vacinado antes, estaria viva", afirma Paolo Zanotto, professor do Departamento de Microbiologia do ICB da USP. Em todo o estado, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, foram registrados três casos de morte por reação à vacina. O caso dessa paciente estava em investigação. Segundo Zanotto, a equipe também está verificando a atuação do vírus em outros órgãos. "Estamos tentando ver o que está acontecendo no cérebro, coração, pulmão, baço, pâncreas, rim e fígado. A maior quantidade de vírus é encontrada no fígado. Este é um estudo para verificar e descrever como o vírus muda dentro desses órgãos e que tipo de lesão está sendo causada." Os pesquisadores contam com um parque de equipamentos de imagem, com aparelhos de ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassonografia e raio X para fazer as análises.