Diabetes tipo 2 geralmente é tratado com medicamentos. Nova terapia traz caneta aplicadora da substância (Foto ilustrativa: Free Images)
A empresa farmacêutica Lilly lançou no Brasil o Trulicity, nome fantasia para a molécula dulaglutida, primeiro medicamento injetável de uso semanal indicado para pacientes que convivem com o diabetes tipo 2 no País. A nova terapia surge como mais uma opção para simplificar o tratamento da doença crônica que, segundo dados do International Diabetes Federation (IDF), atinge cerca de 415 milhões de pessoas em todo o mundo. http://blogs.ne10.uol.com.br
Nos estudos clínicos, a dulaglutida demonstrou uma redução significativa da hemoglobina glicada (HbA1c) – exame que mede o nível médio de glicose no sangue durante dois ou três meses. “Trulicity oferece controle eficaz da hiperglicemia (nível elevado de açúcar no sangue) ao reduzir a quantidade de glicose em jejum, antes e depois das refeições. O medicamento estimula o organismo a liberar insulina na presença de altos níveis de glicose, diminuir a concentração de glucagon e atrasar o esvaziamento do estômago”, explica a Gerente Médica da Lilly no Brasil, Janaina de Lana.
O medicamento foi desenvolvido para ter ação prolongada, o que permite a aplicação apenas uma vez por semana, reduzindo a quantidade de injeções de 365 para apenas 52 ao ano. A melhora no controle da glicose começa após a administração da primeira dose e é mantida por uma semana, até a próxima aplicação.
O produto vem com uma caneta aplicadora pronta para uso – basta acioná-la com um clique para que o medicamento seja administrado por meio de uma agulha de pequeno calibre, que não fica visível, e conferir no dispositivo a confirmação da aplicação da dose. “No caso de doenças crônicas como o diabetes, a adesão ao tratamento representa um dos principais obstáculos para a obtenção de um bom controle. Cerca de 43% dos pacientes abandonam o tratamento nos primeiros dois anos. Por isso, facilitar a adesão ao tratamento procurando oferecer medicamentos de posologia simples e adaptáveis à rotina do paciente é fundamental”, destaca o endocrinologista Freddy Eliaschewitz, presidente da Comissão de Pesquisa da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
A SUBSTÂNCIA
A duglatida é uma molécula agonista do receptor GLP-1, hormônio produzido naturalmente pelo organismo e responsável por estimular a secreção da insulina e inibir a liberação do glucagon. A insulina é o hormônio sintetizado e excretado pelo pâncreas logo após as refeições. Sua função é retirar o excesso de glicose (açúcar) do sangue e enviá-la para as células, onde são armazenadas na forma de glicogênio.