Aiana Freitas - Do UOL, em São Paulo
O crescimento do consumo da nova classe média brasileira tem levado as operadoras de cartão a ampliar o parcelamento oferecido aos consumidores. Cielo e Redecard agora oferecem linhas de crediário em suas maquininhas e a possibilidade de os consumidores fazerem as compras em até 48 prestações nas lojas.
A Redecard acaba de lançar o Crediário Redecard. Quem tiver cartão de crédito da Caixa Econômica Federal ou do Itaú, das bandeiras Visa ou Mastercard, já pode fazer o parcelamento das compras usando a modalidade crediário.
Nos cartões da Caixa, o parcelamento poderá ser feito em até 48 vezes. Os juros cobrados vão variar de 0,89% ao mês (para o Cartão Azul) a 1,9% ao mês (para os demais cartões).
Nos cartões do Itaú, será possível parcelar em até 24 vezes. Os juros, nesse caso, vão variar de 0,9% ao mês a 3,9% mensais, dependendo do cartão, segundo o banco.
O limite do crediário, nesses dois casos, estará vinculado ao limite do cartão, que é determinado pelo banco que emite o cartão e varia de acordo com cada cliente. Isso significa que, ao usar o crediário, o consumidor terá o limite do cartão reduzido.
Consumidor pode fazer simulação antes de finalizar a compra
Os comerciantes que recebem cartões nas maquininhas da Cielo também podem oferecer aos clientes, agora, uma linha de crediário. A parceria da operadora é com o Bradesco e o Banco do Brasil.
Clientes que possuem o cartão de crédito Ourocard, do Banco do Brasil, podem parcelar as compras em até 48 vezes, a juros mensais que variam de 1,55% a 1,98%. O Bradesco não informou as taxas que vai cobrar nem o prazo de parcelamento que vai oferecer.
Antes de efetivar a compra, o cliente pode pedir ao lojista uma simulação do valor que pagará se optar pelo crediário ou pelo cartão de crédito, por exemplo. Essa simulação poderá ser feita na própria maquininha.
O parcelamento oferecido nas maquininhas da Cielo não interfere no limite do cartão de crédito. Quem usar o crediário acessará outro limite, determinado pelo banco que emitir o cartão. O limite de crédito das funções crédito e débito permanecerão inalterados.
Empresas querem atingir a nova classe média
O objetivo das empresas é atingir especialmente a nova classe média brasileira. "Com o crediário, conseguimos atingir um público diferente", diz a diretora de produtos clássicos da Cielo, Mônica Berti. "Os bancos tinham linhas de crediário e queriam facilitar o acesso delas aos clientes. O que o sistema faz é uma automatização do antigo carnê."
O diretor-executivo da Redecard, Carlos Henrique Zanvettor, diz que o crediário da operadora estará disponível, neste início de operação, para cerca de 53 milhões de consumidores, "o que abrange majoritariamente a população pertencente à classe C".
Em abril,
uma nova empresa de cartão de crédito chegou ao mercado prometendo oferecer parcelamentos em até 200 vezes, ou mais de 16 anos. A ideia da Shopcards era substituir os tradicionais carnês das lojas de móveis e eletrodomésticos e oferecer o cartão nos locais em que essa modalidade de pagamento geralmente não está disponível, como consultórios médicos.
"Vamos estimular o consumo, porque hoje muitos consumidores deixam de comprar mais por causa do seu limite de crédito", diz o vice-presidente da Shopcards, Marcello Gimenez.
Uma das primeiras parcerias firmadas pela Shopcards foi com o Shopping D&D, em São Paulo, especializado em decoração. Até agora, porém, os cartões da empresa ainda não chegaram nas mãos dos consumidores. Segundo Gimenez, isso deve acontecer até 15 de junho. Os juros médios no parcelamento, segundo ele, serão de 3,5% ao mês.