O oncologista Andrey Soares, do Centro Paulista de Oncologia (CPO), esclarece as principais causas da doença e as formas de tratamento
A apresentadora Beth Chapman, que estrelou o popular reality Show 'Dog, o caçador de recompensas' morreu nesta quarta-feira (26) aos 51 anos em decorrência a um câncer de garganta. Beth lutava conta a doença desde 2017 e no mesmo ano passou por uma cirurgia para a remoção do tumor. No entanto, o problema retornou em 2018 tendo que retirar um bloqueio na garganta que obstruia suas vias aéreas.
Outro caso que chamou atenção recentemente foi o do vocalista da banda americana Megadeth, Dave Mustaine, que revelou para a imprensa que também foi diagnosticado com câncer de garganta. Por conta dos sintomas da doença, nos quais envolvem problemas como tosse, dor ao engolir e dificuldade de respiração, o artista teve que cancelar a agenda para focar no tratamento que, segundo os médicos de Dave, tem 90% de chance de cura.
Um subtipo dos chamados tumores orofaríngeos, que podem ainda se desenvolver na língua, boca, palato e faringe, o câncer de garganta está associado em grande parte ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool. Outro fator evitável de incidência da doença é a infecção pelo vírus do papiloma humano 16 (HPV 16), transmitido sexualmente.
De acordo com o Dr. Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) - unidade do Grupo Oncoclínicas em São Paulo, é preciso ficar atento aos sinais precoces da doença para a eficácia do tratamento. "Se pensarmos em tumor orofaríngeo, os primeiros sinais podem aparecer por meio de feridas que não cicatrizam na boca nos primeiros 15 dias, além do aparecimento de nódulos no pescoço. Dor para mastigar ou engolir também são sintomas que não devem ser ignorados", explica.
Estes fatores, ligados a rouquidão persistente, manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca e bochecha, bem como lesões na cavidade oral ou nos lábios, aparecimento de pequenas verrugas na garganta ou na boca e dificuldade na fala podem revelar um possível diagnóstico da condição. Portanto, é muito importante que seja acompanhado de perto por um especialista.
Tratamento
Quando o paciente é diagnosticado com câncer de garganta, há alguns testes realizados em etapas para verificar o estágio do tumor e assim, definir o tratamento.
De acordo com cada caso, há possibilidade de realização de cirurgia para a retirada do tumor, uso de radiação para destruir as células cancerígenas e reduzir os tumores, quimioterapia ou o tratamento de modalidade combinada (quimioterapia e radioterapia usadas em conjunto).
Em complemento, o oncologista do CPO destaca os exames periódicos para detecção de tumores. "Falar de diagnóstico precoce é sempre importante, pois boa parte dos tipos de câncer que afetam boca, faringe e garganta podem ter sintomas silenciosos e, por isso, muitas vezes os pacientes perdem a chance de descobrir a condição ainda na fase inicial. De forma geral, quando diagnosticado precocemente é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade pelo câncer", afirma o Dr. Andrey.
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