por Murilo Rodrigues Alves | Estadão Conteúdo*Foto: Divulgação / Constran
Para combater a recessão e tentar destravar investimentos, principalmente em infraestrutura, o governo prepara o lançamento de um novo pacote de medidas, uma espécie de nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas apenas duas das dez maiores obras do PAC 1, lançado em 2007, foram totalmente concluídas. Levantamento feito pelo Estado com base em informações dos ministérios responsáveis pela execução dos empreendimentos - e confrontadas com balanços oficiais do programa - mostra que, além desses dois projetos já entregues na área de petróleo, três usinas de energia e uma refinaria até entraram em operação, mas ainda não foram concluídas. O governo também entregou uma parte do trecho sul da Ferrovia Norte-Sul, entre Palmas e Anápolis, mas a segunda parte está prevista para ser entregue só no fim deste ano. A maior obra do PAC, a construção do que seria a maior refinaria de petróleo do mundo - a Premium 1, no Maranhão -, foi abortada pela Petrobrás. A estatal teve um prejuízo de R$ 2,1 bilhões com o projeto, que custaria R$ 41 bilhões. Tirando essa obra, as nove restantes custariam aos cofres públicos R$ 60 bilhões, de acordo com estimativas iniciais. Atualmente, porém, de acordo com os ministérios, esse valor já supera R$ 168 bilhões. Lançado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PAC previa um total de R$ 503,9 bilhões em mais de mil projetos. Em 2010, foi lançado o PAC 2, como vitrine para a campanha da presidente Dilma Rousseff. A nova versão do programa incorporou as obras que não tinham sido concluídas no PAC 1, com total de investimentos na casa de R$ 1 trilhão.